Os destaques desta segunda-feira (20), diante da agenda de indicadores esvaziada nos EUA, devem repercutir discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em meio a expectativas pela publicação da ata da reunião de maio. O balanço trimestral da Nvidia (NVDC34) e os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) americano, europeus e do Japão também serão monitorados nos próximos dias.
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No Brasil, uma enxuta agenda semanal de indicadores traz em destaque a nota do setor externo, com dados de transações correntes e Índice de Desempenho de Prazo (IDP) de abril, e o relatório de receitas e despesas do governo federal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião nesta segunda-feira para anúncios referentes ao setor da indústria do aço. No Congresso, a votação do projeto sobre a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de municípios pode ocorrer nesta semana, após acordo fechado entre Legislativo e Executivo. E a indicada pelo governo à presidência da Petrobras (PETR3; PETR4) Magda Chambriard poderá ser nomeada ao cargo pelo Conselho de Administração (CA) da estatal.
O petróleo opera em baixa, após ganhos de cerca de 1,5% na semana passada, apesar das incertezas políticas em dois grandes países produtores da commodity após a morte do presidente do Irã em um acidente de helicóptero e do príncipe herdeiro da Arábia Saudita adiar uma visita ao Japão, alegando problemas de saúde do rei saudita.
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Em Nova York, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) curtos cedem, mas a ponta intermediária e longa oscila perto da estabilidade, depois de altas na sexta-feira (17). A relativa acomodação dos títulos americanos abre espaço para ganhos moderados nos mercados futuros de ações, enquanto o dólar exibe viés positivo frente moedas principais em meio a expectativas por discursos de dirigentes do Fed e pela ata da reunião monetária de maio, que manteve os juros à faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.
No CME Group, a chance de corte de 25 pontos-base no juro até setembro avançou na sexta-feira, com alta também na redução de 50 pontos-base neste ano, após leituras de inflação ao consumidor (CPI), vendas no varejo e atividade industrial nos EUA apontando desaceleração em abril. Neste domingo (19), o presidente do Fed, Jerome Powell, não comentou política monetária ou perspectivas econômicas de curto prazo em discurso preparado para a formatura na Georgetown University, em Washington D.C. O pronunciamento foi transmitido por um vídeo gravado anteriormente, porque Powell foi diagnosticado com covid-19 na última quinta-feira (16).
Na Ásia, as bolsas chinesas subiram, ecoando ainda o pacote de medidas de incentivo ao setor imobiliário do país e após o banco central chinês (PBoC) deixar suas principais taxas de juros inalteradas por mais um mês. A chamada taxa de juros de referência para empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de 1 ano foi mantida em 3,45%, enquanto a de 5 anos, referência para contratos hipotecários, permaneceu em 3,95%.
O Ministério do Comércio da China anunciou ainda sanções contra a unidade de defesa da Boeing e outras duas empresas americanas do setor, por causa da venda de armas para Taiwan. A medida foi divulgada no mesmo dia da posse do novo presidente da ilha, Lai Ching-te.
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Enquanto isso, as bolsas europeias operam em leve alta por ganhos em ações de mineração e petróleo.
Agenda econômica do Brasil
Um tom positivo moderado nas bolsas em Nova York e alta de 1,07% do minério de ferro na China, nesta segunda-feira, podem apoiar o Ibovespa e ações da Vale (VALE3). Porém, a queda do petróleo tende a limitar o desempenho da Bolsa e das ações da Petrobras em meio a expectativas pela Assembleia Geral de Acionistas da empresa para votar a indicação da engenheira Magda Chambriard como presidente da estatal. Confira aqui como o mercado recebeu a indicação de Chambriard.
Os juros dos Treasuries perto da estabilidade, com viés de baixa na ponta curta, assim como o dólar sem direção única frente moedas emergentes e ligadas a commodities, podem conter também os ajustes nos mercados de juros futuros e no câmbio. Na semana passada, cresceu a percepção no mercado de pausa da Selic em junho, após a ata ter esvaziado desconfiança sobre leniência do Banco Central (BC) com a inflação.
No foco nesta semana ficam ainda o Relatório de Receitas e Despesas, a apresentação da proposta para compensar a renúncia fiscal com a desoneração da folha e medidas de gastos sem previsão de compensação. A proposta, que cria um bônus salarial para juízes e integrantes do Ministério Público, a PEC do Quinquênio, pode fazer com que Estados descumpram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A aprovação da proposta representará um aumento de R$ 82 bilhões nas despesas do setor público em três anos, de acordo com nota da Consultoria do Senado a que o Estadão teve acesso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente Lula deve anunciar mais duas medidas de apoio ao Rio Grande do Sul nesta semana e que a equipe econômica apresentará as estimativas de impacto e as medidas compensatórias referentes à manutenção da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios neste ano.
Agenda semanal
Nesta segunda-feira (20), a agenda traz divulgações da primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio; do Relatório de Mercado Focus; e dos dados da balança comercial da terceira semana de maio (15h).
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O presidente Lula tem reunião para anúncios referentes ao setor da indústria do aço (15h). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reunião fechada com presidentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Itaú (ITUB4) , Bradesco (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa (CXSE) em São Paulo (16h30).
O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, participa de live com moderação de Márcio Holland, professor da FGV-EESP (19h). Nos próximos dias, estão programados dados de transações correntes e de IDP, na sexta-feira (24), e há expectativas pela divulgação de dados da arrecadação federal de abril.
Nesta segunda-feira, também estão previstos nos EUA discursos de três dirigentes do Fed: Raphael Bostic, de Atlanta (às 9h45 e às 20h); Michael Barr, vice-presidente de Supervisão (10h); Philip Jefferson, vice-presidente (11h30). Nos dias seguintes, além de outros discursos de membros do Fed, são esperados no exterior a ata da reunião de maio do BC americano e o balanço da Nvidia, ambos na quarta-feira (22).
Os PMIs composto, de serviços e industrial preliminares de maio de EUA, Alemanha, zona do euro e Reino Unido saem na quinta-feira (23), quando haverá a reunião de ministros de finanças e presidentes de BCs do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo).
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Ainda, na sexta-feira (24), estão previstos o Produto Interno Bruto (PIB) final da Alemanha no primeiro trimestre, os dados finais de maio de sentimento do consumidor nos EUA e expectativas de inflação para um e cinco anos, da Universidade de Michigan.
