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Mercado hoje: tudo o que você precisa saber em 3 tópicos antes da abertura da Bolsa

Debates sobre inflação movimentam os investidores locais e no exterior. Confira a agenda do dia

Mercado hoje: tudo o que você precisa saber em 3 tópicos antes da abertura da Bolsa
Imagem: Adobe Stock

A agenda econômica desta quinta-feira (27) traz como destaques a publicação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e uma entrevista coletiva para discutir o documento, que inclui o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. No exterior, o foco do investidor fica no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do primeiro trimestre, juntamente com o primeiro debate entre o presidente Joe Biden, candidato democrata à reeleição, com o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, para as eleições de novembro.

A agenda doméstica contempla ainda a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (chamado Conselhão) do governo federal – em que participam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda).

Além disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o governo apresentam a segunda fase do Programa Aliança 2.0 de eficiência energética, em Brasília, o Tesouro faz leilões de venda de títulos e o BC inicia a rolagem de contratos de swap cambial (operação financeira que troca de taxas com o objetivo de criar proteção contra variações excessivas).

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Entre os indicadores, saem o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de junho e o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio.

Confira os 3 tópicos mais importantes do dia

Inflação é o foco

O dólar cai ante outras moedas principais, enquanto os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) ampliam ganhos antes do PIB dos EUA e do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) do primeiro trimestre.

O PCE de maio se aproxima da publicação e promete concentrar as atenções dos investidores na sexta-feira (28). O indicador é a medida de inflação mais olhada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em suas decisões monetárias. Por ora, a chance mais provável é de corte de 50 pontos-base nos juros americanos até o fim deste ano, segundo o monitoramento do CME Group. Para analistas, corte de juros deve acontecer em setembro ou postergá-lo ainda mais.

No contexto doméstico, o tema de inflação movimentou os investidores brasileiros na última quarta-feira. O presidente Lula afirmou que a meta inflacionária é um “número a ser perseguido” pelo governo federal. Lula disse “amar” inflação baixa e garantiu compromisso para tentar levar a inflação para a meta estabelecida. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou o centro da meta de inflação em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O novo sistema entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025.

Bolsas internacionais

As bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quinta-feira, após o iene atingir as mínimas em quase quatro décadas ante o dólar na última quarta-feira. O ministro de Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, disse nesta quinta-feira que o movimento unilateral do iene é indesejável e que as autoridades do país “tomarão as ações necessárias”, sinalizando disposição de intervir no mercado cambial. Isso ajuda a impulsionar levemente o iene nesta manhã. Também um fraco lucro industrial na China, com acréscimo anual de 0,7% em maio, bem menor do que o ganho de 4% observado em abril, pressionou o sentimento na região.

O sinal negativo também predomina nas bolsas europeias em meio aos resultado das eleições legislativas da França, cujo primeiro turno está marcado para domingo.

Já Em Nova York, os índices futuros de ações operam em queda, na esteira de grandes bancos após o teste de estresse do Fed indicar que os balanços estão mais arriscados, com despesas maiores do que no ano passado. A Micron (MUTC34), que fabrica chips de memória, foi além das expectativas de lucro e receita, mas decepcionou com sua projeção para o atual trimestre, que veio em linha com o previsto.

Mercado brasileiro

A cautela no cenário externo deve limitar o Ibovespa, mas o avanço das commodities pode trazer alguma esperança, juntamente à valorização dos rendimentos dos Treasuries, dando impulso aos juros futuros e ao dólar em dia de agenda interna importante.

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Os economistas e investidores vão analisar o RTI em busca de detalhes sobre a visão do Banco Central para a inflação em 2026, a revisão da taxa de juro real neutra, que subiu de 4,50% para 4,75%, e do hiato do produto, que passou de -0,6% para “em torno da neutralidade” na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 10,50% por unanimidade, na semana passada.

*Com informações do Broadcast