O destaque desta quarta-feira (8) fica com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para a taxa Selic, a ser anunciada no início da noite, a partir das 18h30. Nas próximas horas, as atenções estarão concentradas em indicadores locais, como os de varejo, e em entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e na participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e do diretor de Regulação, Otavio Ribeiro Damaso, da abertura de seminário organizado pela instituição, embora estejam sob a regra de silêncio sobre juros.
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Veja a agenda completa desta quarta-feira que interessa ao investidor nesta reportagem.
Ambev (ABEV3)
A Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes, superando a expectativa do Prévias Broadcast em 15,3%. Já o lucro antes de juros, amortização, depreciação e impostos (Ebitda) ajustado, de R$ 6,534 bilhões, e a receita líquida, de R$ 20,276 bilhões, ficaram em linha.
Segundo a companhia, “momentum comercial no Brasil liderou o caminho mais uma vez” no primeiro trimestre de 2024, com volumes recordes para um primeiro trimestre tanto em cerveja quanto em bebidas não alcoólicas (NAB). Já as indústrias em declínio na Argentina e no Canadá representaram maiores desafios.
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O balanço do primeiro trimestre de 2024 da Ambev veio melhor do que o esperado pelo Citi, com destaque para o desempenho acima do previsto na região América Latina Sul (LAS) e em bebidas não alcoólicas (NAB). O banco espera reação positiva das ações no pregão desta quarta-feira (8).
Braskem (BRKM5)
O presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Jean Paul Prates, minimizou a saída do grupo Adnoc das negociações pela compra da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, sinalizando expectativa de novas propostas, que não devem ser afetadas pelo passivo ambiental em Maceió, segundo ele.
A petroquímica comunicou que o Norges Bank, banco central da Noruega, adquiriu quase 3 milhões de ações PNA, atingindo participação acionária de 5,61%.
A Braskem também deve divulgar balanço do primeiro trimestre de 2024 após o fechamento dos mercados. Segundo o Prévias Broadcast, a petroquímica deve reportar prejuízo de R$ 927 milhões, revertendo o lucro de R$ 242 milhões de um ano atrás.
Balanços
Além de Braskem, a agenda de balanços desta quarta-feira (8) contempla nomes como Banco do Brasil (BBAS3), Eletrobras (ELET3;ELET6), Ambev (ABEV3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3).
Segundo o Prévias Broadcast, o lucro da Eletrobras deve ficar em R$ 1,542 bilhão. Se confirmado, será um crescimento de mais de 200% na comparação anual. O Banco do Brasil, por sua vez, pode mostrar lucro de R$ 9,225 bilhões, o que representaria um crescimento de 7,9%.
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Vale (VALE3)
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A Vale informou que tomou conhecimento pela mídia do pedido da Advocacia Geral da União (AGU) contra a companhia, a Samarco e a BHP, para pagamento de R$ 79,6 bilhões, e que irá se manifestar nos autos, após ser formalmente notificada. O pedido da AGU foi feito nessa terça-feira (7), mas é no âmbito de decisão anterior, da Justiça Federal de 1ª instância, de 25 de janeiro, na Ação Civil Pública proposta pelo MPF, que impôs às companhias o pagamento de R$ 47,6 bilhões, por danos morais coletivos pelo rompimento da barragem de Fundão.
Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras planeja fechar o formato da sua volta à refinaria de Mataripe, da Acelen, em junho ou julho deste ano, disse nos EUA, o presidente da estatal, Jean Paul Prates. O fechamento do negócio, porém, ainda deve levar mais meses, conforme disse ao Broadcast o diretor Financeiro Sérgio Caetano Leite. Prates também informou que “não tem nenhum plano” de firmar parceria comercial com a Refinaria do Amazonas (Ream), antiga Reman do sistema Petrobras, vendida ao grupo Atem no fim de 2022.
Telefônica (VIVT3)
O lucro líquido da Telefônica Brasil, dona da Vivo, cresceu 7,3% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2023, chegando a R$ 896 milhões, 10,5% abaixo do Prévias Broadcast. O aumento está relacionado ao crescimento da receita, principalmente na divisão de serviços móveis, acompanhada de manutenção de custos sob controle. O Ebitda aumentou 6,8% na mesma base de comparação anual, indo a R$ 5,277 bilhões.
O Citi avalia que a Telefônica reportou tendências saudáveis no top line (receita), mas “algumas linhas de despesas pressionaram a expansão da margem, combinadas com despesas financeiras continuadamente altas, o que pode ofuscar a leitura dos ventos favoráveis para as receitas”. Assim, apesar de o banco permanecer otimistas com as perspectivas para 2024 do setor, os analistas reconhecem que o mercado pode não ficar satisfeito com os resultados trimestrais da companhia.
Carrefour (CRFB3)
O Carrefour reportou lucro líquido de R$ 39 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 113 milhões de um ano antes. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,418 bilhão, alta de 36,6%. Os resultados foram considerados mistos pela XP, “com um crescimento fraco de receita, mas uma sólida expansão de margem bruta e Ebitda”.
GPA (PCAR3)
O GPA reportou prejuízo líquido consolidado aos controladores de R$ 660 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma piora de 166,5% ante ao apresentado um ano antes. O Ebitda foi de R$ 380 milhões, alta de 69,3%. Excluindo o impacto do one-off no primeiro trimestre, a companhia mostrou um resultado operacional 6,2% acima do esperado pela Genial Investimentos, com uma margem Ebitda ajustada 30 pontos-base superior ao projetado.
BRF (BRFS3)
A BRF reportou lucro líquido de R$ 594 milhões no primeiro trimestre de 2024 e reverteu o prejuízo de R$ 1,024 bilhão de igual período de 2023. O Ebitda ajustado ficou em R$ 2,117 bilhões, 248,8% maior. A empresa também aprovou novo programa de recompra de até 14 milhões de ações ordinárias, ante 814.523.002 em circulação no mercado no momento. O plano vai até outubro de 2025.
Em relatório, o Citi afirma que reconhece que a BRF tem potencialmente o momentum de lucros mais forte entre os frigoríficos, mas destaca que nos atuais níveis de valuation (valor do ativo) tal perspectiva positiva já parece precificada.
Engie (EGIE3)
A Engie Brasil teve lucro líquido de R$ 793 milhões no primeiro trimestre, queda de 10,1% ante igual período de 2023. O Ebitda ajustado alcançou R$ 1,815 bilhão, queda de 12,1%.
Auren (AURE3)
A Auren registrou lucro líquido de R$ 253,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 10,3% frente o reportado em igual etapa do ano passado. O Ebitda consolidado alcançou de R$ 599,6 milhões, alta de 32,7%.
Prio (PRIO3)
A Prio reportou lucro líquido de US$ 224,048 milhões no primeiro trimestre, recuo de 3% quando comparado ao mesmo período de 2023. O Ebitda alcançou US$ 467,018 milhões, alta de 33%.
RD (RADL3)
A RD Saúde registrou lucro líquido ajustado de R$ 213,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 4,8% frente ao primeiro trimestre de 2023. O Ebitda ajustado somou R$ 679,9 milhões, alta de 20,8%.
Suzano (SUZB3)
A Suzano disse que “inexiste” qualquer documento formal ou celebração de qualquer acordo em relação a uma potencial operação para aquisição da International Paper. O posicionamento se deu em resposta aos questionamentos da B3 sobre notícias de que a empresa estaria com proposta de US$ 15 bilhões para aquisição da International Paper, fato que levou a ação da companhia a cair mais de 12% nesta terça-feira (7), liderando as perdas da sessão. Confira como se encerrou o pregão dessa terça-feira.
Banrisul (BRSR6)
O Banrisul informou que o desastre climático no Rio Grande do Sul não provocou impactos patrimoniais (ativos imobilizados) relevantes e que, apesar da atuação predominante no Estado, ainda não é possível estimar os impactos nos negócios da companhia. Nessa terça-feira, a S&P colocou os ratings de crédito do banco em observação negativa por conta das incertezas sobre os efeitos das enchentes nos seus números.