- Nos Estados Unidos, os índices acionários S&P 500 e Nasdaq acumulam perdas de quase 5% em agosto com a repercussão do desempenho das ações de tecnologia
- No Japão, o índice Nikkei 225 que reúne as principais companhias listadas na bolsa de valores de Tóquio encerrou na madrugada com uma desvalorização de quase 6%
Os balanços corporativos das big techs e a alta dos juros no Japão azedaram o humor dos investidores nos primeiros dois dias de agosto que repercutiram de forma negativa nos mercados internacionais.
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Nos Estados Unidos, os índices acionários S&P 500 e Nasdaq acumulam perdas de quase 5% no mês com a repercussão do desempenho das ações de tecnologia. Já no Japão, o índice Nikkei 225 que reúne as principais companhias listadas na bolsa de valores de Tóquio encerrou na madrugada com uma desvalorização de quase 6% após o Banco Central Japonês decidir elevar a taxa de juros para 0,25% – veja os detalhes nesta reportagem.
Nem mesmo os dados do relatório de empregos dos Estados Unidos, divulgados na manhã desta sexta-feira (2), e que reforçaram a expectativa do início de corte de juros na maior economia do mundo em setembro conseguiram reverter as perdas no mercado acionário. No início da tarde, o S&P 500 apresentava uma desvalorização de 2%. Já a bolsa de Nasdaq registrava uma queda de 2,6% na mesma hora. Ao olhar para o acumulado de agosto, os dois índices acionários registram, até o momento, uma depreciação de 3,5% e de 4,8%, respectivamente.
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“Houve uma série de balanços do setor de tecnologia que entregaram números abaixo das expectativas do mercado financeiro. Com isso, os investidores estão se desfazendo de suas posições. Isso faz com que os índices acionários recuem para patamares menores”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Uma das companhias de tecnologia que decepcionaram os investidores foi a Tesla (TSLA), de Elon Musk.
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No fim de julho, a montadora de veículos elétricos reportou lucro líquido de US$ 1,5 bilhão no segundo trimestre de 2024. O valor representa um recuo de 45% em comparação ao mesmo período do ano passado, além de representar a segunda queda consecutiva do lucro trimestral da companhia.
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Já a Intel (INTC) reportou nesta quinta-feira (1º) um prejuízo líquido de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2024, enquanto no ano passado havia reportado um lucro de US$ 1,5 bilhão. O resultado fez com as ações tombassem 25,6% durante o início da tarde desta sexta-feira.
Os números referentes ao segundo trimestre da Amazon (AMZN) também foram alvo de preocupação dos investidores diante do aumento dos gastos com data centers, imóveis e chips necessários para atender a demanda por inteligência artificial (IA). Por outro lado, a gigante do e-commerce eletrônico informou lucro líquido de US$ 13,5 bilhões durante os meses de abril a junho, em comparação com US$ 6,7 bilhões no mesmo período de 2023.
Juros nos Estados Unidos
Os números do relatório de emprego dos EUA (payroll) referente a julho vieram abaixo do esperado pelo mercado. No mês passado, foram criados 114 mil empregos no mês passado, em termos líquidos, segundo relatório publicado pelo Departamento do Trabalho do país nesta sexta-feira.
A taxa de desemprego aumentou para 4,3% em julho, ante 4,1% em junho. Dado esse resultado, a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá que reduzir as taxas de juros do país em setembro para evitar uma recessão econômica aumentou.
Segundo o Bank of America (BofA), os dados dos payroll viabilizaram pelo menos dois cortes de juros ainda este ano e a expectativa é que a primeira redução seja de uma magnitude de 25 pontos-base. “O emprego em julho foi fraco o suficiente para garantir um corte em setembro”, diz o time de economistas do banco americano, liderado por Michael Gapen.
Atualmente, as taxas dos EUA permanecem no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano após o Fed decidir manter inalterados os juros na última reunião realizada nesta quarta-feira (31). “Assim que acontecer o corte em setembro vamos ter um alívio e uma visão de que agora estamos em outro momento que favorece o mercado”, afirma Cruz.
E a bolsa do Japão?
O Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) vive em um momento diferente do Fed. Na quarta-feira, a autoridade monetária asiática aumentou a taxa básica de juros da faixa de 0% a 0,1% para 0,25%. Além da elevação substancial dos juros, o BC ainda sinalizou que há a possibilidade do mercado se surpreender com novos aumentos caso a economia e os preços dos produtos seguirem as atuais projeções.
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O momento econômico fez com que o índice Nikkei 225 encerrasse as negociações com perdas por dois dias consecutivos. No primeiro pregão de agosto, o índice acionário apresentou uma desvalorização de 2.49%. As perdas foram ampliadas e durante o pregão desta sexta-feira, ao passo de encerrar o dia com uma queda de 5,8%, número que fez o Japão se destacar nos mercados internacionais hoje.