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- Conheça o desempenho do Magazine Luiza no primeiro semestre, entenda o que esperar das ações MGLU3 no restante do ano e se vale a pena comprar os papéis agora.
(Carlos Pegurski, especial para o E-Investidor) – A pandemia foi um teste de fogo para toda a economia. Em março de 2020, quando o vírus ganhou terreno e ficou nítido que a covid-19 era um problema global, as bolsas de valores em todo o mundo tiveram uma retração significativa. O Ibovespa, por exemplo, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 30% em um mês, o pior desempenho em 22 anos.
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Mas algumas companhias fizeram a lição de casa: conseguiram adaptar seu modelo de negócio e tendem a sair fortalecidas da crise sanitária. É o caso do Magazine Luiza.
Os papéis MGLU3 abriram o ano de 2020 em R$ 12. Em março, caíram para R$ 8,15, acompanhando a fuga de investimentos para portos mais seguros, como o dólar. Passado o susto que causou a maior onda de circuit breaker da B3, as ações recuperaram seu crescimento. Entre o fim do ano passado e o início de 2020, as ações da empresa flutuaram entre R$ 23 e R$ 26.
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Mas o resultado é sustentável? Qual a tendência para o próximo semestre, em que o número de vacinados deve fortalecer a venda no varejo físico (B&M)? É viável comprar ações da companhia neste momento?
Entenda o resultado do 1S2021 do Magalu
Depois de um 2020 particularmente bem-sucedido (no ano da pandemia, os títulos da empresa subiram 105%), o Magazine Luiza entrou no ano de 2021 com ótimo desempenho e indicação de compra.
No início deste ano, o BTG Pactual Digital apontou a companhia como um dos cinco melhores investimentos da Bolsa. Embora seu valor tenha crescido, ainda está longe do teto por ter bons fundamentos. Tudo indica que a varejista irá desbancar concorrentes e surfar no e-commerce, que pode triplicar até 2025.
De fato, a empresa tem se consolidado no ramo de tecnologia. Em um mercado muito disputado, o grupo varejista se consolidou como uma das referências em vendas online, respondendo bem à demanda criada pelo home office. Um exemplo disso é a venda de móveis, que subiu 94% no primeiro semestre do ano passado.
O conjunto do setor teve um crescimento de 41% nas vendas digitais. Mas o Magalu apresenta números excepcionais: hoje, o e-commerce responde por 70% das vendas do grupo (quase o dobro dos concorrentes e sete vezes mais do que ocorria há dez anos no próprio Magazine).
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Isso ajuda a explicar os resultados da empresa. No primeiro trimestre deste ano, as vendas totais (varejo físico e vendas virtuais) cresceram 63% e atingiram uma receita de R$ 12,5 bilhões.
Do ponto de vista contábil, o primeiro semestre ainda não fechou. Os números oficiais só virão no dia 4 de agosto, quando a empresa fará uma live e apresentará o resultado do 2T2021. Mas, se depender do primeiro trimestre, o balanço será ótimo.
No 1T2021, a empresa faturou sete vezes mais do que no mesmo período de 2020. Com as vendas físicas retraídas, mas muito impulsionadas pelos canais digitais, as despesas administrativas somaram apenas 2,7% da receita líquida. Esse é o menor patamar da história da companhia, fundada há mais de 60 anos.
O Lucro antes da dedução de Juros, Impostos, Depreciação e Amortizações (Ebitda) nos primeiros três meses do ano também sugere um bom desempenho: subiu 109% em relação ao 1T2020. Neste ano, chegou a quase R$ 700 milhões.
Saiba o que esperar do segundo semestre do Magazine Luiza
Ao observar o gráfico das ações MGLU3 neste ano, é possível perceber que em março (antes da publicação do resultado do 1T2021) elas recuaram cerca de 15%. E o principal fator para a desvalorização foi a desconfiança do mercado quanto ao fôlego do e-commerce.
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A cautela dos investidores faz sentido. Embora o Magalu seja a varejista mais cotada para liderar o setor, sobretudo se o e-commerce se valorizar tal como os especialistas esperam, isso pode não se verificar a curtíssimo prazo — muitos produtos (a exemplo dos móveis e eletroeletrônicos) têm uma vida útil de uma década.
Outro fator a se considerar é que as vendas de 2020 foram impulsionadas pela primeira etapa do auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional no valor de R$ 600. Atualmente, a política paga apenas R$ 200.
A aceleração da vacinação, no entanto, pode fazer as lojas aumentarem o ritmo de vendas. Não está nítido como as vendas digitais, que têm um custo operacional menor, se comportarão nesse cenário.
Afinal, vale a pena comprar ações MGLU3?
Apesar dos elementos de incerteza, há bons motivos para abrir o apetite dos investidores, sobretudo a médio e longo prazo. Mesmo que o resultado do 2T2021 venha a ser menos impressionante, a consolidação do grupo no e-commerce e a expansão desse modo de venda tornam as ações um bom negócio.
Deve-se ter em mente também que, mais que diversificar suas atividades, o Magazine Luiza tem procurado cobrir uma série de operações logísticas, de comunicação e de pagamento, ganhando expertise em todas as etapas de produção e compra dos produtos.
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Ao todo, são mais de 20 as empresas subsidiárias, passando pelo setor de calçados, artigos esportivos, seguros, fintechs, logística, cosméticos e perfumaria, sebo virtual, plataformas de curso, mídia e informação.
Segundo o BTG Pactual Digital, o preço-alvo das ações do Magalu são R$ 26, bastante acima dos atuais R$ 22, e há indicação de compra. É possível até que o preço-alvo seja novamente ajustado para cima nos próximos meses.
Ao que parece, o mercado aguarda o resultado do 2T2021 para se posicionar. Mas, para investidores de longo prazo, esse pode ser um bom momento para adquirir as ações — sobretudo se a companhia apresentar outro balanço positivo em agosto.