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Nubank (NUBR33): a visão do mercado sobre a saída da B3

A fintech pediu nesta quinta-feira (15) à B3 e à Comissão de Valores Mobiliários o fechamento de capital na B3

Nubank (NUBR33): a visão do mercado sobre a saída da B3
O anúncio do pedido de saída aconteceu nesta quinta-feira (15)(Foto: REUTERS/Brendan McDermid)
  • Segundo o banco digital, a medida visa potencializar a eficiência da companhia nos próximos meses
  • No entanto, para alguns analistas, o pedido do Nubank parece ser uma estratégia de marketing
  • Por volta das 11h, as ações do Nubank na bolsa de New York Stock Exchange, nos Estado Unidos, despencavam em mais de 8%, cotadas a US$ 5

O Nubank (NUBR33) surpreendeu o mercado na quinta-feira (15) ao pedir à B3 e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o fechamento de capital no Brasil. Ou seja, o Nubank está saindo da B3 como empresa, mas permanece no Brasil como companhia fechada.

A empresa alega que a mudança repentina visa potencializar a eficiência da companhia já que a dupla listagem exige estruturas diferentes para manter a negociação dos papéis.

Para Paulo Cunha, especialista no mercado financeiro e CEO da iHUB Investimentos, o pedido de saída da bolsa brasileira parece ser uma “estratégia de marketing” e pode trazer mais um desafio para a recuperação das ações no curto prazo.

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“O que deu para sentir é uma estratégia de marketing, quando o IPO foi feito aqui no Brasil, porque não era exatamente o financiamento dos brasileiros que o Nubank estava procurando”, avalia.

A notícia trouxe incertezas para os papeis do Nubank. Por volta das 11h desta sexta (16), os ações negociados na bolsa de New York Stock Exchange (NYSE), nos Estados Unidos, apresentavam uma forte queda de 8,5%, cotados a US$ 5. Já os BDRs recuaram em mais de 7% (7,14%), sendo negociados a R$ 4,42 também no fim desta manhã.

“As ações vão perder totalmente liquidez nessa nova ação que irá ficar, ou o investidor terá de abrir uma conta lá fora e assim transferir o BDR, creio que essa situação não será efetiva para a grande maioria dos investidores”, acrescenta Cunha.

Leia também: A saída do Nubank da B3 vai respingar no Banco Inter?

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Por outro lado,  Gustavo Pazos, analista de Research da Warren, já acredita que a atitude do banco mostra uma mudança de direcionamento para os seus esforços operacionais. Com o cenário macroeconômico de alta de juros nos Estados Unidos, a atual estratégia de alto de crescimento adotado pelo Nubank, desde o seu IPO, torna-se prejudicial para a empresa.

“Essas companhias de crescimento forte dependem de constantes injeções de dinheiro para crescer. Mas em momento de juros alto, o mercado penaliza muito essa estratégia”, explica Pazo. “Pode ser um sinal de que a diretoria do banco está focando na eficiência operacional”, ressalta.

Com o pedido de saída da B3, os BDRs do Nubank devem migrar do Nível III para Nível I. Na prática, a mudança retira a exigência da companhia de cumprir as regulações da CVM e focar apenas nas da Securities and Exchange Commission (SEC), comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos.

“Para o objetivo de redução de custos, a estratégia deve surtir os efeitos desejados pelo Nubank”, avalia Larissa Quaresma, analista da Empiricus. No entanto, com a concretização desse pedido, a tendência é que os BDRs do banco digital possam sofrer quedas ao longo dos próximos meses com a saída de investidores institucionais.

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“Alguns fundos de pensão brasileiros podem ter a restrição de poder investir em BDRs somente de Nível II e III, por exemplo. Esse tipo de restrição é comum e pode acabar engatilhando a saída de alguns investidores institucionais locais da base de acionistas”, explica Quaresma.

Desde a sua Oferta Pública de Ações (IPO) em Nasdaq, nos Estados Unidos (EUA), o Nubank enfrenta a pressão do mercado para rentabilizar a sua base de clientes de 65,2 milhões e se tornar um banco pagador de dividendos.

Os resultados do primeiro trimestre deste ano, que foi o primeiro após a abertura de capital, frustraram os investidores ao anunciar um prejuízo líquido de US$ 45 milhões.

Já os números referente ao segundo trimestre trouxeram um pouco mais de alívio, mas ainda sim reportou dificuldades da instituição financeira reportar lucro. Na época, o “roxinho” apresentou uma receita de US$ 1,2 bilhão.

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O volume representa um crescimento de 230% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro destaque foi o aumento da receita média mensal por usuário (o retorno que cada consumidor ofereceu para a empresa) passou de US$ 4 para US$ 7,8 em um ano, o que representa um crescimento de 105%.

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