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Queridinho do mercado, open banking ainda é ‘temido’ por brasileiros

Pesquisa Ibope, encomendada pelo C6 Bank, mostra que ainda há desconhecimento e desconfiança em relação ao novo sistema

Queridinho do mercado, open banking ainda é ‘temido’ por brasileiros
Foto: Pixabay
  • Uma pesquisa do Ibope, encomendada pelo C6 Bank, mostra que há um descompasso de expectativas entre as empresas e os consumidores, e o cenário atual ainda é de desconhecimento e desconfiança por boa parcela dos brasileiros
  • Conforme o levantamento, 61% das 2.000 pessoas ouvidas entre os dias 18 e 24 de novembro não conhecem ou nunca ouviram falar sobre open banking, e 19% já ouviram falar, mas ainda têm dúvidas
  • O sistema financeiro aberto visa manter em um único ambiente os dados dos clientes – como cadastro pessoal, serviços e produtos contratados e movimentações em conta

Após o Pix, o open banking é o próximo grande passo na esteira da modernização do sistema financeiro brasileiro. A ideia é ter uma estrutura aberta, onde as informações, hoje detidas pelas instituições, sejam, de fato, dos consumidores. Com isso, os dados financeiros serão compartilhados entre bancos e fintechs, em busca de melhores serviços e produtos. Mas será que a população está tão empolgada com o open banking quanto o mercado brasileiro?

Uma pesquisa do Ibope, encomendada pelo C6 Bank, mostra que há um descompasso de expectativas entre as empresas e os consumidores. O cenário atual ainda é de desconhecimento e desconfiança por boa parcela dos brasileiros, independentemente de idade, sexo e classe social. Ou seja, além da implementação, os agentes públicos e privados envolvidos no projeto também terão o desafio de facilitar a compreensão sobre que revolução é esta que está por vir.

Conforme o levantamento, 61% das 2.000 pessoas ouvidas entre os dias 18 e 24 de novembro não conhecem ou nunca ouviram falar sobre open banking, e 19% já ouviram falar, mas ainda têm dúvidas. Apenas 2% dos entrevistados disseram conhecer bem o assunto, e 10% responderam que conhecem um pouco.

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A pesquisa vai além e mostra que o desconhecimento independe, por exemplo, da condição financeira dos entrevistados. Nas classes AB, 60% da amostra desconhecem ou nunca ouviram falar sobre sobre o sistema aberto. Na classe C, o cenário é parecido, com taxa de 62%.

O open banking teve o início de sua operação adiado do último dia 30 de novembro para 1º de fevereiro de 2021. Como já informado pelo E-Investidor, o sistema será implantado através de uma estrutura de mercado, como uma organização, chamada Open Banking Brasil. A implementação será feita em etapas, ao longo de todo o próximo ano, se não houver novos adiamentos.

O sistema financeiro aberto visa manter em um único ambiente os dados dos clientes – como cadastro pessoal, serviços e produtos contratados e movimentações em conta. Desse modo, um cliente do banco ‘A’ poderá solicitar os custos de um empréstimo no concorrente ‘B’, transferindo em poucos segundos os seus dados, de uma instituição para a outra, através dos aplicativos dessas mesmas empresas.

Para isso, será necessário padronizar uma estrutura tecnológica, ou mais especificamente as APIs (sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicações), que consistem em interfaces de comunicação. Elas permitem, por exemplo, fazer login em um site ou aplicativo com o cadastro de uma rede social ou um e-mail. Em geral, as empresas usam APIs diferentes, o que dificulta a comunicação entre os sistemas. O open banking, então, vai permitir a padronização dessas APIs nos aplicativos e nas plataformas financeiras.

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A troca de informações é outro aspecto que a pesquisa mostra haver desconfiança sobre o vai e vem de dados entre os players do mercado. Por exemplo, 46% dos entrevistados disseram não ter interesse em compartilhar os próprios dados com as instituições. Já 72% se preocupam com quem vai ter acesso e, por isso, pretendem selecionar bem a instituição.

Em outro dado coletado na pesquisa, 73% concordaram que precisam entender melhor o assunto antes de decidir se vão compartilhar os dados. Apenas 6% discordaram. Apesar da insegurança, existe alguma confiança nas instituições, ainda que não seja tão representativa na pesquisa. Isso porque 38% concordam que, ao compartilhar os dados com uma nova instituição, esta irá oferecer um serviço mais personalizado.

Empresas ouvidas pelo E-Investidor, como o Santander Brasil (SANB11), afirmam que a segurança é um dos pilares para a mudança e já estão trabalhando na proteção dos seus sistemas. Vale lembrar que o Banco Central está acompanhando e orientando a implantação do open banking no Brasil.

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