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- Para os analistas consultados pelo E-Investidor, o passado da Dommo Energia (DMMO3) não seria um empecilho a uma eventual compra pela Prio (PRIO3). A operação faria sentido para ambas as companhias
- A Dommo estreou na bolsa em 2008 sob o nome de 'OGX', player de petróleo e gás de Eike Batista. A promessa era ser uma 'mini Petrobras', mas entre calotes e falsas perspectivas, a empresa nunca conseguiu entregar o prometido
Sobrou muito pouco do antigo império de Eike Batista na Bolsa. A antiga OGX, hoje Dommo Energia (DMMO3), é um dos fragmentos dessa história polêmica e pode ser adquirida pela Prio (PRIO3), ex-PetroRio.
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A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, no domingo (21). A compra estaria condicionada à liberação de créditos tributários da Prio pela Receita Federal. Questionada pelo E-Investidor, a empresa não confirmou os rumores e preferiu não se pronunciar a respeito.
Apesar da promessa de se tornar uma ‘mini Petrobras’ quando chegou à Bolsa em 2008, a petroleira OGX jamais conseguiu extrair um volume significativo de petróleo. Duas décadas depois, a companhia mudou de nome para Dommo e sobrevive na Bolsa, mas bem longe de estar em situação financeira confortável.
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Conheça a história completa da OGX.
No 2º trimestre de 2022, apresentava patrimônio líquido negativo em R$ 503,9 milhões, apenas 5% dos direitos de produção total dos campos Tubarão Martelo (TBMT) e Polvo – cuja dona é a Prio – e créditos fiscais. A possível aquisição lançou dúvidas entre investidores da Prio, principalmente em função do passado polêmico da parte que seria adquirida.
Vale lembrar que, se a Dommo apresenta dificuldades, a Prio é avaliada como uma companhia com grande potencial de crescimento. A empresa compra campos maduros de petróleo e os revitaliza, impulsionando a produção na área. No 2° trimestre de 2022, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 139 milhões, alta de 112% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, o negócio não assusta os analistas. “A Dommo veio se corroendo operacional e financeiramente desde a década passada e o que sobrou dela foram esses royalties do TBTM e os créditos fiscais. O que o mercado especula é que a Prio, por ser a dona do campo de TBMT e estar crescendo, ampliando seus campos, poderia ter interesse nos créditos tributários também”, afirma Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
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Logo, segundo Arbetman, a Prio compraria os 5% dos direitos de produção da Dommo referentes aos campos TBMT e Polvo e os créditos tributários compensariam parte do desembolso fiscal feito pela companhia em aquisições. O especialista ressalta também que não é a primeira vez que o assunto surge.
“Essa pergunta já foi feita pelos analistas em alguns calls com a Prio. Na reunião passada, inclusive, teve o questionamento e a empresa foi enfática em dizer que, naquele momento, não havia interesse”, afirma Arbetman. “Contudo, é algo que pode sim fazer sentido.”
Para o analista da Ativa, ninguém melhor que a Prio para precificar o valor dos 5% de royalties do campo TBMT. E, em relação à Dommo, as mudanças estruturais podem justificar a operação. Neste ano, a Prisma Capital se tornou controladora da ex-OGX e pode ser de interesse da nova gestão a venda dos ativos.
Henrique Vasconcellos, analista da Nord Research, acredita que a Prio seria a principal interessada na compra da Dommo Energia. Por outro lado, como a aprovação dos créditos tributários para a compra ainda não é garantida, existem muitas incertezas no processo.
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“A grande questão é quantificar os valores dos créditos tributários e das contingências tributárias. São processos que hoje estão na justiça e aguardam aprovação da Receita”, diz Vasconcellos. “A depender desses resultados, o mercado pode se surpreender positivamente caso, de fato, a companhia consiga os valores estimados de até R$ 7 bilhões em créditos.”
De qualquer forma, a compra ou não da Dommo não mudaria as recomendações para ambas as empresas. O analista da Nord recomenda a compra para a PRIO3, na esteira do potencial de crescimento, e não possui indicação para DMMO3.
“Achamos que já existe no preço da ação (da Dommo) uma expectativa sobre esses créditos, e que não é algo muito claro para se chegar a um valor concreto. O risco acaba sendo alto, caso essa expectativa não se concretize”, afirma Vasconcellos.
A ex-PetroRio também está na carteira recomendada da Ativa Investimentos para agosto. O preço-alvo para o papel é R$ 41, o que significa um potencial de alta de mais de 60% em relação ao patamar atual.
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“Em transformação, a Prio é uma companhia que atualmente alia um excelente nível de execução com grandes potenciais de retorno, o que torna o seu case um dos mais atrativos da Bolsa”, afirma a Ativa, em relatório. “Seguimos observando PRIO3 como uma ótima opção em nossa bolsa para surfar um momento positivo do setor de Oil & Gas.”
A Prio emitiu nota em que comenta o interesse na compra da Dommo. Confira aqui.