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Prata supera ouro e é o metal nobre mais valorizado do ano

Ativo também tem potencial de valorização maior, afirmam especialistas

Prata supera ouro e é o metal nobre mais valorizado do ano
Medalha de prata dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: Wilton Júnior/Estadão
  • Prata é o metal com maior valorização em 2020, com alta de 53,73%, ante a 28,04% do ouro
  • Perspectivas para o metal também são mais positivas, pois a commodity ainda está com preço descontado e é mais utilizada pela indústria
  • Investimentos em prata podem ser feitos via fundos ou corretoras no exterior

Renovando sua cotação máxima histórica em 2020 e ainda com boa perspectiva, o ouro tem atraído a atenção de diversos investidores. Apesar disso, o ativo não é o metal com maior valorização no ano e nem o que deve continuar com o melhor desempenho.

Até o fechamento do mercado desta quarta-feira (2), a prata tem valorização de 53,73% 2020, a US$ 27,43 a onça troy, unidade usada para sua comercialização. Já o ouro encerrou o pregão a US$ 1.942,65 a onça troy, com alta de 28,04% no período.

Além da performance anual superior, fontes do mercado consultados pelo E-Investidor afirmam que a prata também possui maior potencial de valorização. Isso ocorre porque os dois ativos se beneficiam pelo mesmo fator, a busca dos investidores por proteção.

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“A demanda por eles aumenta em períodos de incerteza econômica e volatilidade nos mercados financeiros”, diz Rodrigo Knudsen, gestor de investimentos da Vitreo.

Porém, a prata conta com alguns diferencias sobre o ouro, como sua utilização na indústria. Enquanto o ouro não é muito aproveitado, a prata está presente em diferentes produtos que estão em alta no momento, como painéis fotovoltaicos, carros elétricos e produtos tecnológicos.

“A questão tecnológica e da energia limpa aumenta a demanda por estes objetos e também movimenta a prata”, afirma Guilherme Giserman, estrategista internacional da XP.

Além disso, o ouro já está em seu valor mais alto da história, mas a prata ainda está longe desse patamar. Em 2011, o metal alcançou o valor de US$ 45 a onça troy. Portanto, a commodity tem espaço maior para valorização.

“O ouro também tem boa perspectiva, mas a da prata é melhor. Não me surpreenderia se o ativo dobrasse o valor no longo prazo”, comenta Giserman.

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Segundo os especialistas, a diferença no preço dos metais se deve ao fato da prata ser menos cobiçada. No início da crise, os investidores apostaram suas fichas no ouro e só depois começaram a prestar mais atenção na prata. “Os holofotes focaram no ouro e o preço da prata ficou defasado”, diz Knudsen.

Ou seja, por ainda apresentar um preço descontado, em relação ao seu valor mais alto, e a sua grande utilização na indústria, a prata ostenta uma perspectiva melhor. “A prata tem esse potencial maior embutido”, salienta o estrategista da XP.

Como investir em prata?

Diferentemente do ouro, não é possível investir em prata diretamente por contratos na bolsa brasileira. Para aplicar no metal, o investidor deve alocar seus recursos em um fundo atrelado ao ativo ou abrir conta em um corretora no exterior que negocie a commodity.

A Vitreo, por exemplo, oferece o fundo Vitreo Prata FIM e no exterior é possível investir diretamente em contratos ou no ETF SLV, que é atrelado ao metal. Antes de realizar aplicação, no entanto, os especialistas alertam para os cuidados da operação.

“Os metais são ativos de proteção. Então, eles sobem em momentos de preocupações e tendem a perder atratividade em um cenário de euforia da Bolsa”, diz Giserman.

Ademais, Knudsen explica que a prata tem volatilidade maior que o ouro. Com isso, os investidores precisam estar ciente dos riscos da operação antes de apostar no ativo. “Nem sempre a prata acompanha a movimentação do ouro”, afirma o gestor da Vitreo.

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