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- Nem mesmo os lockdowns na China e uma desaceleração econômica mundial pesando sobre o preço do minério de ferro mudam as recomendações dos analistas para as ações da Vale
- A perspectiva para a companhia de maior peso no índice Ibovespa segue positiva no longo prazo, apesar da volatilidade recente vista nos papéis
- Para todos os analistas consultados pelo E-Investidor, a recomendação é de compra dos papéis
Nem mesmo os lockdowns na China e uma desaceleração econômica mundial pesando sobre o preço do minério de ferro mudam as recomendações dos analistas para as ações da Vale (VALE3).
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A perspectiva para a companhia de maior peso no índice Ibovespa segue positiva no longo prazo, apesar da volatilidade recente vista nos papéis.
Atualmente, as ações da Vale são negociadas a R$ 67,39, bem abaixo das máximas do ano, quando os papéis superaram o patamar de R$ 90. “Nesses níveis de preço, a Vale está negociando a 2,1 vezes EV/Ebitda para esse ano e 2,7 vezes para o ano que vem. Isso é substancialmente abaixo da média histórica do papel, que é 4,5 vezes”, explica Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos. A casa tem recomendação de compra para as ações com preço-alvo de R$ 117. Nesta reportagem, listamos os motivos que explicam a queda de quase 20% em três meses nas ações da Vale.
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O EV/Ebitda é uma métrica utilizada no mercado financeiro que ajuda a entender a capacidade de geração de lucro de uma companhia. Nessa conta, é levado em consideração o valor da empresa, o EV (sigla em inglês para Entreprise Value) e os ganhos monetários antes de abatimentos, o Ebtida (sigla em inglês para Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização).
O valuation atual é considerado barato para uma empresa com estrutura sólida e dá margem de segurança aos investidores de que as ações devem se recuperar. “Fazendo um exercício e supondo que estejamos errados no preço-alvo, ainda assim há uma margem de segurança grande por conta desse múltiplo EV/Ebtida que a companhia está negociando. Assumindo que ele deve voltar para a média, estamos falando de um papel que deveria valer ao menos R$ 95”, diz Chanes.
O analista reforça que a VALE3 pode ser um ativo interessante para os investidores que não estiverem tão focados no curto prazo, já que mesmo em queda, a perspectiva é que a companhia pague 17% em dividendos aos investidores neste ano.
Na Genial Investimentos, a recomendação para VALE3 também é de compra, com preço-alvo de R$ 90 por ação. “Mesmo em um cenário complicado no curto prazo, continuamos firmes na nossa tese sobre a empresa: forte geração de caixa, entrega de dividendos, minérios de altíssima qualidade que vão ao encontro das práticas ESG, e logística integrada”, destaca Gabriel Tinem, analista do setor de mineração, siderurgia e telecomunicações da casa.
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Até a quarta-feira (20), o preço-alvo para VALE3 na Genial era de R$ 115, mas a projeção foi reduzida após a divulgação do relatório de produção e vendas do segundo trimestre do ano da Vale, com números abaixo do esperado pelo mercado.
Com queda na produção e na venda de minério de ferro, a companhia mineradora revisou o guidance de produção total da commodity que havia estabelecido para 2022, reduzindo a meta de 320 a 335 milhões de toneladas para 310 a 320 milhões até o fim do ano.
Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, as ações da Vale devem seguir estressadas no segundo semestre do ano até que a situação na China, com novos lockdowns para conter a covid-19, se normalize.
Mesmo que a empresa tenha dificuldades em cumprir o guidance de 2022, a tese de investimentos em VALE3 tem foco no longo prazo; o que faz a Ativa manter sua recomendação de compra das ações.
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“É possível que os próximos meses sejam complicados, mas é uma companhia robusta e estruturada que vai continuar pagando dividendos e efetuando seu programa de recompra. Passada essa maior turbulência, pode sim seguir crescendo em uma velocidade maior como estava fazendo até a chegada da crise”, afirma Arbetman. Na Ativa, o preço-alvo para VALE3 é de R$ 108.
A XP também tem recomendação de compra para a mineradora. O preço-alvo é de R$ 97,10 por ação. Andre Vidal, head de óleo, gás e materiais básicos da XP, explica que enquanto houver uma expectativa negativa de desaceleração econômica, as commodities deverão continuar sofrendo.
Mas mesmo nesse cenário a casa está otimista com a distribuição de proventos pela Vale. “Estamos otimistas de que a forte geração de caixa dado o atual preço do minério e câmbio depreciado serão suficientes para vermos novos programas agressivos de dividendos nos próximos trimestres”, diz Vidal.