- Diversas empresas estão na corrida para chegar a uma vacina eficaz para a doença que já atingiu mais de 6,2 milhões de pessoas em todo o mundo
- O mercado financeiro acompanha de perto os rumos desses estudos, uma vez que gigantes da biotecnologia com capital aberto estão envolvidas na descoberta da vacina
- As ações das biotechs e farmacêuticas, que estão fases diferentes de testagem, crescem ou despencam rapidamente, conforme novos passos são dados em direção ao medicamento
O mês de junho deve trazer novidades para o tratamento de covid-19. Diversas empresas estão na corrida para chegar a uma vacina eficaz para a doença que já atingiu mais de 6,2 milhões de pessoas e tirou a vida de mais de 376 mil, em todo o mundo – números atualizados nos primeiros dias de junho.
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Enquanto algumas empresas já estão em fases mais avançadas, outras ainda estão dando em etapas iniciais. Mas os resultados são imprevisíveis e, por isto, é importante ficar atento às atualizações. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um dos mais otimistas sobre os avanços.
O mercado financeiro acompanha de perto os rumos desses estudos, uma vez que gigantes da biotecnologia com capital aberto estão envolvidas na descoberta da vacina.
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As ações das biotechs e farmacêuticas, que estão fases diferentes de testagem, crescem ou despencam rapidamente, conforme novos passos são dados em direção ao medicamento.
Confira quais empresas devem trazer novidades neste mês e podem movimentar os mercados financeiros.
Moderna
Novos resultados da pesquisa da norte-americana Moderna devem ser publicados neste mês. Em 18 de maio, antecipadamente, a empresa animou investidores ao divulgar que oito dos 45 pacientes testados haviam desenvolveram anticorpo neutralizantes ao coronavírus. Contudo, especialistas contestaram a falta de clareza nos dados, que não foram publicados em revista científica.
De todo modo, a biotech de Massachusetts, já iniciou outra etapa de testagem – a segunda de três fases – da vacina em um grupo de 600 pessoas, com o aval da autoridade sanitária dos Estados Unidos. A última etapa deverá vacinar milhares de voluntários.
BioNTech e Pfizer
A alemã BioNTech e a norte-americana Pfizer são mais dois cases que devem revelar em breve os dados produzidos a partir de testes iniciais em humanos. As empresas desenvolveram quatro variações da vacina, também baseada em RNA mensageiro. Os testes clínicos começaram na Alemanha e, em seguida, foram aplicados nos Estados Unidos, ambos em grupos de poucas pessoas.
Segundo a biotech alemã e a farmacêutica norte-americana, os resultados ficam prontos entre junho e julho. Caso o estudo se comprove eficaz, a expectativa é que o tratamento esteja pronto para ser utilizado em quatro meses.
AstraZeneca
A pesquisa em estágio mais avançado até o momento é a desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca. Ainda que a data não tenha sido divulgada, a pesquisa deve ter novos resultados divulgados em breve.
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Em entrevista ao Estadão, a médica brasileira Daniela Ferreira, que atua na pesquisa, afirmou que a AstraZeneca já está produzindo doses da vacina mesmo sem os resultados. A médica explica que o risco é válido uma que comprovada sua eficácia, a vacina deve ser rapidamente distribuída.
Sobre uma data para se ter o imunizante pronto, a imunologista limitou-se a dizer que somente dentro de dois a seis meses é possível saber se o medicamento protege ou não as pessoas da covid-19.
Inovio Pharmaceuticals
A pequena empresa de biotecnologia Inovio Pharmaceuticals, da Pensilvânia, que tem financiamento do bilionário Bill Gates, aguarda resultados preliminares para este mês. A empresa começou a testar sua vacina INO-4800 em humanos em abril.
Na fase um, os 40 participantes saudáveis foram vacinados com duas doses do imunizante, em um intervalo de quatro semanas, e são acompanhados pelos pesquisadores.
Caso os resultados sejam positivos, a empresa deverá solicitar às autoridades sanitárias norte-americanas autorização para iniciar, em julho ou agosto, a segunda de três fases.
Regeneron e Sanofi
A biotech nova-iorquina Regeneron Pharmaceuticals e a empresa farmacêutica francesa Sanofi não testam uma vacina, mas sim o seu medicamento para artrite Kevzara. Neste mês, os pesquisadores devem divulgar resultados da segunda fase (de três) de testes, realizados em pacientes com covid-19 em estado crítico.
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A pesquisa avalia se o Kevzara pode conter uma resposta imune descontrolada, característica da doença, ao bloquear um tipo de citocina chamada IL-6. Em abril, as empresas restringiram os ensaios apenas aos pacientes mais graves.