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Warren Buffett ao vivo: o que esperar e como assistir

Investidor fará assembleia anual do Berkshire em formato de live

Warren Buffett ao vivo: o que esperar e como assistir
Warren Buffett durante a edição 2019 da assembleia de acionistas, em Omaha: versão 2020 por vídeo e pautada pelo coronavírus. (Scott Morgan/ Reuters)
  • "Woodstock para capitalistas" será realizado pela primeira vez por vídeo, por causa do coronavírus
  • Warren Buffett deve falar sobre como está conduzindo seus negócios na crise e sua visão para o futuro da economia
  • CEO do Berkshire não irá falar sobre política nem empresas específicas

A “Woodstock para capitalistas” se tornou uma live. A live mais esperada do mundo financeiro, diga-se. Neste sábado (2), Warren Buffett realiza a assembleia anual de acionistas do Berkshire Hathaway Inc’s. Será em Omaha, mas não para 40 mil pessoas, como ocorreu ano passado. Mas acessível para milhões de pessoas no mundo todo, por videoconferência. Efeito direto da pandemia de coronavírus.

A assembleia deixará claro como a pandemia afetou os negócios de Buffett, um império de quase 100 empresas. Também como o bilionário tem investido seu dinheiro neste turbilhão e quais oportunidades enxerga em meio à crise econômica potencialmente mais severa da história. O E-Investidor montou um guia do que esperar do encontro com o Mago de Omaha e de como acompanhar o evento.

Greg Abel será o único ao lado de Buffett

Nas edições presenciais da assembleia anual do Berkshire, Warren Buffett costuma estar acompanhado dos vice-presidentes Greg Abel, Charlie Munger e Ajit Jain. Neste ano não será assim.

Somente Buffett, de 89 anos, e Abel, de 57, estarão presentes em Omaha para conduzir a assembleia e responder questões dos acionistas. Munger, de 96 anos, é quem costuma responder à maioria das perguntas com Buffett. Jain, de 68 anos, há tempos é apontado como sucessor de Buffett na cadeira de CEO do Berkshire.

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Munger e Jain moram longe de Omaha, o que dificulta o deslocamento até a sede do evento. E ambos (principalmente Munger) têm idade compatível com a do grupo de maior risco de contaminação por coronavírus.

Como o coronavírus afetou os negócios de Buffett

O Berkshire divulgou seus resultados do primeiro trimestre na manhã deste sábado. Prejuízo líquido de US$ 49,75 bilhões, contra US$ 21,66 bilhões de lucro no mesmo período de 2019. Porém, o lucro operacional, que Buffett considera melhor medida de desempenho, apontou uma subida de 6%.

Alguns dos negócios do Berkshire foram duramente afetados pela pandemia: de lojas fechando por causa do isolamento a menos produção transportada pelas ferrovias. “O Berkshire vai como a economia vai”, resumiu o professor de Direito da George Washington University, Lawrence Cunningham, à Reuters.

Não à toa, o senador americano Jack Reed disse ter se inspirado no socorro financeiro que Buffett foi buscar para suas empresas, na crise de 2008, para propor um plano de ajuda ao setor aéreo dos Estados Unidos, afetado pela pandemia.

“Quando Warren Buffett investe em companhias em dificuldade e elas dão a volta por cima, ele é elogiado como um investidor astuto e os acionistas são recompensados. Da mesma maneira, se o dinheiro dos impostos é usado sob condições justas para ajudar empresas em dificuldade, os contribuintes serão recompensados quando as empresas se recuperarem. Quando as empresas aéreas se recuperarem, os contribuintes vão perceber os benefícios”, comparou o político ao Business Insider.

A ver como Buffett irá apresentar o resultado: com o olhar positivo que o lucro operacional (indicador preferido dele) permite ou sob a dureza imposta pelos demais indicadores.

Quais oportunidades Warren Buffett enxerga na crise

Warren Buffett tem se mantido em um silêncio incomum diante da pandemia, o que aumenta a curiosidade em torno da sua fala em Omaha. Se o balanço trimestral indicará onde o investidor tem enxergado oportunidades, a assembleia trará uma visão de futuro um pouco mais ampla.

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“Ele é um otimista. Ele reflete a resiliência americana e como vamos superar isso tudo, como superamos muitos outros desafios. É como ele enxerga o mundo”, disse Paul Lountzis, presidente da Lountzis Asset Management LLC, fundo que dedica 11% da sua carteira ao Berkshire.

Apesar do histórico, mesmo para Buffett os tempos parecem pouco propícios ao otimismo. Em artigo publicado na revista Fortune, em 2001, ele escreveu que dividir o valor total das ações negociadas pelo Produto Interno Bruto do trimestre oferece o melhor indicativo da saúde do mercado. Quanto maior o índice, mais superestimados os papéis estão e mais perto se está de um crash. O indicador ganhou até um nome, “Índice Buffett”. Pois bem: o “Índice Buffett” atingiu o maior valor já registrado, 179%.

Sem empresas específicas, sem política

Embora a fala de Buffett permita saber como ele tem se movimentado na crise, não se deve esperar comentários muito específicos do CEO do Berkshire. Os acionistas já foram avisados de que tanto Buffett como Abel não responderão a questões sobre empresas específicas. Também não vão falar sobre política, cuidado reforçado por se tratar de um ano de eleição presidencial nos Estados Unidos.

Ajuda para Omaha?

Warren Buffett nasceu em Omaha e construiu seu império a partir da cidade mais populosa do estado de Nebraska. O encontro anual do Berkshire já virou uma data na cidade, pelo impacto econômico que causa. Para ser mais exato, US$ 21,3 milhões, segundo a agência de turismo local. Perda concentrada principalmente em hotéis e restaurantes, mas também no transporte e em livrarias, que costumam oferecer descontos a acionistas do Berkshire no fim de semana da assembleia.

Sem o encontro presencial, a cidade já contabiliza esse prejuízo, que não é o único. Segundo o The Wall Street Journal, a pandemia causou o cancelamento de 41 eventos na cidade, com um prejuízo estimado de US$ 197 milhões.

A assembleia do Berkshire é o terceiro de maior impacto. Acima dele estão a seletiva de natação dos Estados Unidos para os Jogos Olímpicos de Tóquio, transferidos para 2021: perda de US$ 74 milhões; e as finais do basquete universitário, uma pancada de US$ 74 milhões.

É de se esperar se Buffett fará alguma menção ao efeito da pandemia para a sua cidade. E mesmo se ele anunciará alguma medida concreta das suas empresas.

Warren Buffett e a tecnologia: “O que é um aplicativo?”

A exemplo de todos nós, Warren Buffett foi mergulhado em uma rotina de trabalho essencialmente digital por causa do coronavírus. Algo não necessariamente trivial para o investidor.

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Recentemente, Buffett foi até a Califórnia tomar aulas com o CEO da Apple, Tim Cook, de como manusear o iPhone que comprou recentemente, substituindo o celular com flip que o acompanhou por anos. “Quando eu estava indo embora, virei para Tim e perguntei: ‘A propósito, o que é um aplicativo’?”, revelou Buffett em entrevista ao Yahoo Finance, realizada em 10 de março e publicada em 30 abril.

A pouca familiaridade com a tecnologia pode causar situações curiosas na assembleia virtual.

Transmissão ao vivo, informação e análise

A assembleia de acionistas do Berkshire Hathaway terá transmissão ao vivo pelo Yahoo! Finance. Buffett e Abel falam a partir das 16h45, no horário de Brasília.

Quem não acompanhar ao vivo, poderá ler no E-Investidor os principais pontos e análises das projeções do Mago de Omaha.

Warren Buffett tem sido presença frequente por aqui. Já contamos que Buffett comprou muito petróleo, mas isso não significa que o investidor esteja vendo este como um bom mercado para colocar dinheiro. Também contamos como o coronavírus tem afetado os negócios do Berkshire e informamos em primeira mão na imprensa brasileira que a edição deste ano da assembleia de acionistas seria um encontro virtual.

 

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