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XP corta projeção para o Ibovespa em 2023. Entenda

Aversão a risco global deve pressionar ganhos do índice de ações brasileiro

XP corta projeção para o Ibovespa em 2023. Entenda
Índice Ibovespa é o principal indicador da B3. (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)
  • A XP cortou a projeção para o Ibovespa de 133 mil pontos para 128 mil pontos até o fim de 2023
  • Por trás da revisão para baixo, está o aumento da aversão a risco global, com a perspectiva de que as economias conviverão com juros mais altos por mais tempo
  • A questão fiscal brasileira também pesou negativamente para as projeções do Ibov

A XP cortou a projeção para o Ibovespa de 133 mil pontos para 128 mil pontos até o fim deste ano, segundo relatório “Raio XP”, publicado no último domingo (1). Apesar desta redução, o novo patamar representa ainda uma alta de 9,8% nos próximos três meses.

Por trás da revisão para baixo, está o aumento da aversão a risco global, com a perspectiva de que as economias conviverão com juros mais altos por mais tempo. Paralelamente, a subida dos preços do petróleo no mercado internacional deve provocar uma alta da inflação no mundo.

A questão fiscal brasileira também pesou negativamente para as projeções do Ibovespa. A casa vê riscos em relação ao aumento de impostos corporativos com a possível extinção dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), que pode afetar o lucro das empresas. Na outra ponta, o mercado já questiona se a meta fiscal de déficit zero no ano que vem, estabelecida no Arcabouço, poderá ser cumprida.

“O consenso do mercado é que alcançar a meta parece pouco provável, mas os investidores aguardam mais esclarecimentos. Nossa visão é de que uma mudança na meta é negativa”, afirmam Fernando Ferreira e Jennie Li, estrategistas que assinam o relatório. “Se a meta fiscal primária for alterada, isso deve pressionar as taxas DI e, como resultado, as ações brasileiras.”

Mudanças nas posições

Tendo em vista esta tese de juros e inflação mais altos no mundo e cenário fiscal pressionando ainda mais os ativos no Brasil, a XP reduziu exposição ao varejo na carteira Top 10 XP de outubro, retirando os papéis do Grupo Soma (SOMA3) da seleção. Vale lembrar que o setor é um dos mais sensíveis a condições econômicas mais restritivas.

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A casa adicionou outra ação do setor elétrico à carteira, com os papéis da Equatorial Energia (ETL3). “Outra mudança que destacamos é a troca de Gerdau (GGBR4) por Vale (VALE3), com a expectativa de um resultado do terceiro trimestre de 2023 mais forte do que o esperado, embora nossa visão de longo prazo menos construtiva não tenha mudado”, diz a XP.

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