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- O início do ciclo de cortes na taxa de juros não se traduziu em uma valorização dessas ações na Bolsa
- Entre julho e setembro, o SMLL, índice de small caps da B3, cedeu 6,23%
- Um levantamento mostra que 76 papéis tiveram desempenho negativo no trimestre, contra 41 desempenhos positivos
O terceiro trimestre de 2023 não foi nada fácil para as small caps. Contrariando o que esperava o mercado, o início do ciclo de cortes na taxa de juros não se traduziu em uma valorização dessas ações na Bolsa. Entre julho e setembro, o SMLL, índice de small caps da B3, cedeu 6,23%.
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Os motivos por trás das quedas são os mesmos que explicam a piora do Ibovespa no mesmo período. Como explicamos aqui, as incertezas com a trajetória de juros nos Estados Unidos e com o fiscal no Brasil acabou se sobrepondo à queda da Selic. E por hora, especialistas não veem uma reversão desse ambiente de cautela.
Tudo isso fez algumas ações de small caps caírem muito na Bolsa. Um levantamento feito pela Economatica à pedido do E-Investidor mostra que 76 papéis tiveram desempenho negativo no trimestre, contra 41 desempenhos positivos.
Isso ilustra um pouco do que especialistas explicam sobre as small caps: trata-se de um grupo muito grande de empresas, de setores diferentes e, portanto, afetadas de maneira distinta pelo ambiente macro. É por isso que as ações que lideram a ponta mais negativa estão caindo não só pelo efeito dos juros, mas por histórias específicas, explica André Marinho Vieira, analista-chefe do TC/Economatica.
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“Dentro do índice de small caps, temos alguns casos particulares. Entre as empresas que apresentaram um desempenho muito ruim, a maioria é ligada ao varejo, que é um segmento que vem sofrendo com essa Selic mais elevada aqui no Brasil”, destaca o analista.
O pior resultado é da Casas Bahia (BHIA3), a antiga Via (VIIA3). Como contamos nessa reportagem, a ação a varejista virou uma penny stock na Bolsa depois de uma operação mal sucedida de follow on em meados de setembro. A companhia foi à Bolsa em uma emissão de ações com o objetivo de captar R$ 1 bilhão, mas só conseguiu levantar R$ 622 mi – um valor que, segundo analistas, pode não ser suficiente para arrumar a casa.
O segundo pior desempenho do período é da Sequoia (SEQL3). "A empresa apresentou um desempenho muito ruim com forte queda de receita, alto endividamento e perdendo também na parte financeira com um swap que fez da sua ação contra o CDI", afirma Marinho, do TC. Veja nesta outra reportagem o que pressionou as quedas no Pão de Açúcar (PCAR3).
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Com folga na outra ponta da tabela, o principal destaque positivo do 3º trimestre é a BR Properties (BRPR3). A companhia está passando por uma reestruturação societária, reduzindo capital e restituindo acionistas, o que tem ajudado as ações a performar melhor.
Já o segundo destaque positivo é a Hidrovias do Brasil (HBSA3), que "melhorou seu desempenho pelas fortes chuvas e também por ser uma empresa um pouco endividada, que tem perspectiva de maior geração de caixa esse ano", diz Marinho.