- Segundo a agência de notícias Reuters, o valor da aquisição foi de US$ 44 bilhões
- Para Rodrigo Lima, analista da Stake, a aquisição do Twitter por Musk pode trazer benefícios para a rede social nos próximos meses
- Segundo ele, a companhia não oferece lucros atrativos há anos aos seus investidores, o que pode mudar daqui para frente com a gestão do bilionário
Após quase duas semanas de negociação, Elon Musk finalmente conseguiu comprar o Twitter. Segundo a agência de notícias Reuters, o valor da aquisição foi de US$ 44 bilhões. O anúncio aconteceu logo após o fim da reunião do conselho da empresa, que aceitou a proposta do bilionário.
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Para os analistas, a aquisição pode beneficiar o desempenho das ações da rede social neste primeiro momento, mas o futuro da rede social ainda é incerto.
Os boatos de que a oferta do CEO da Tesla seria aceita impulsionaram os papéis da companhia. Por volta das 16h, as ações do Twitter cresciam cerca de 7%. Logo depois, o anúncio da compra foi divulgado e os papéis da companhia saltaram para 10% no fim da tarde desta segunda-feira (25). No entanto, às 17h20, as ações sofreram um leve recuo, mas seguiram com uma valorização superior a 7% (7,6%).
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As negociações da aquisição iniciaram no último dia 14, quando Elon Musk propôs comprar a rede social por US$ 43 bilhões. Antes da oferta, o CEO da Tesla já havia adquirido 9% da participação da companhia. O interesse em ser o dono da rede social surgiu no fim do último mês de março quando questionou aos seus seguidores, por meio de uma enquete, se o Twitter adere de forma rigorosa à ideia de que a “liberdade de expressão é essencial para uma democracia”.
Do total de internautas que responderam na época, 70,4% disseram que a rede social não adere rigorosamente ao princípio da “liberdade de expressão ser necessária para uma democracia funcional”. Logo depois, os seguidores sugeriram a Musk que ele deveria comprar a rede social.
A efetivação da compra ganhou passos firmes após o CEO da Tesla apresentar, no fim da semana passada, os detalhes de como iria cumprir a oferta. Em documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos), o bilionário apresentou cartas de compromisso de instituições financeiras interessadas em financiar a proposta de compra do Twitter.
Na avaliação de José Augusto Albino, sócio da Catarina Capital, essa apresentação trouxe mais credibilidade para o bilionário e deixou o Twitter sem saída. “O mercado especula muito que o Twitter não conseguiu outro comprador em potencial e que fosse concorrente com a proposta de Musk, o que deixou a companhia sem alternativas”, afirma Albino.
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Com o fim das negociações, Rodrigo Lima, analista da Stake, acredita que a aquisição do Twitter por Musk pode trazer benefícios para a rede social nos próximos meses. Segundo ele, a companhia não oferece lucros atrativos há anos aos seus investidores, o que pode mudar daqui para frente com a gestão do bilionário.
“A aquisição e possível apontamento de um nome como o de Musk para o board da empresa pode sinalizar grandes mudanças num momento em que a companhia sofre para retomar a lucratividade que um dia já teve”, ressalta Lima.
Além disso, Guilherme Rossler Zanin, analista da Avenue, aponta que o otimismo do mercado com a compra neste primeiro momento pode ter efeitos positivos para as outras redes sociais. Isso porque, na avaliação dele, a aquisição do Twitter por Musk reforça o papel dessas plataformas como principal meio de comunicação para grandes celebridades e para pessoas que conseguem mover multidões. “Elon Musk entendeu o poder dessa plataforma e vem com intenções de trazer mais liberdade para as pessoas que a utilizam”, destaca Zanin.
Ainda não há detalhes sobre quais mudanças serão adotadas pelo novo dono do Twitter nos próximos meses.
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