- A Alphabet investiu quase US$ 400 milhões na startup de inteligência artificial Anthropic
- Ação vem logo após a Microsoft fazer um investimento bilionário da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT
- Na parceria, o Google vai fornecer capacidade de armazenamento em nuvem e espera lançar o assistente com modelo de linguagem Claude nos próximos meses
O Google, controlado pela Alphabet (GOOG), investiu quase US$ 400 milhões na startup de inteligência artificial (IA) Anthropic, que está testando um rival para o ChatGPT, da OpenAI, de acordo com uma pessoa a par do acordo. O Google e a Anthropic não quiseram se pronunciar a respeito do investimento, mas anunciaram separadamente uma parceria na qual a Anthropic usará os serviços de computação em nuvem do Google. O acordo representa a mais recente aliança entre uma gigante da tecnologia e uma startup de IA conforme o ramo da IA generativa atrai mais interesse.
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Por dois pregões seguidos a ação da Alphabet operou com fortes perdas em Nova York em meio a dúvidas no mercado sobre os planos da empresa de avançar no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial. Na quarta-feira (08), diversos veículos da imprensa informaram que o serviço de chatbot testado pela controladora do Google apresentou informações incorretas no evento de lançamento. Em fevereiro, até ontem, o papel da companhia recuou 4,42%.
A transação dá ao Google uma participação na Anthropic, mas não exige que a startup gaste os fundos comprando os serviços em nuvem da empresa, disse a fonte, que pediu para não ser identificada porque as informações eram confidenciais. A IA generativa é um campo que cria sistemas que conseguem juntar diferentes dados para produzir informações inéditas e conteúdos novos, como textos e imagens, em segundos.
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“A IA evoluiu como pesquisa acadêmica e se tornou um dos maiores motores da mudança tecnológica, criando novas oportunidades de crescimento e serviços melhores em todos os setores”, disse Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, em um comunicado. “O Google Cloud está oferecendo infraestrutura aberta para a próxima geração de startups de IA, e nossa parceria com a Anthropic é um ótimo exemplo de como estamos ajudando usuários e empresas a ter acesso ao poder da IA confiável e responsável.”
Fundada em 2021 por ex-líderes da OpenAI, entre eles os irmãos Daniela e Dario Amodei, a Anthropic AI lançou em janeiro uma versão para teste limitado de um novo chatbot chamado Claude para rivalizar com o agora extremamente popular ChatGPT, da OpenAI. A parceria entre Google e Anthropic acontece após um investimento de grande repercussão de US$ 10 bilhões da Microsoft na OpenAI, que teve como base o aporte de US$ 1 bilhão que a gigante de softwares investiu na startup de IA em 2019, além de outra rodada em 2021.
Essas alianças dão a empresas mais estabelecidas, como Microsoft e Google, acesso a alguns dos sistemas de IA mais populares e avançados. Por outro lado, startups como a Anthropic precisam de financiamento e recursos de computação em nuvem que uma gigante da tecnologia como o Google pode oferecer. Ao anunciar a parceria, o Google disse que sua divisão de computação em nuvem emprestaria poder computacional e chips avançados de IA que a Anthropic planeja usar para treinar e utilizar em seus futuros produtos de IA.
O assistente com modelo de linguagem da Anthropic, Claude, ainda não foi lançado para o público em geral, mas a startup comunicou que planejava expandir o acesso ao chatbot “nos próximos meses”.
O acordo reitera o compromisso do Google com a IA, sobretudo de modos que possam ser expandidos para além do principal produto da empresa, seu motor de busca. “Estou animado com os avanços impulsionados pela IA que estamos prestes a revelar no evento ‘Search, maps and beyond’ (Buscas, mapas e além, em tradução livre)”, disse o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, na quinta-feira (9), enquanto a empresa divulgava os lucros do quarto trimestre.
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Segundo ele, o Google pretende lançar chatbots “nas próximas semanas e meses” e permitir que os consumidores usem tais produtos “como um parceiro na pesquisa”.
* Tradução de Romina Cácia