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Por que o novo UBS gera risco para o sistema financeiro europeu?

Para professor da universidade de Columbia (EUA), o sistema regulatório suíço apresenta falhas há tempos

Por que o novo UBS gera risco para o sistema financeiro europeu?
Compra do Credit Suisse pelo UBS foi um movimento sem precedentes para evitar um colapso maior. (Foto: Reuters/Henry Nicholls)
O que este conteúdo fez por você?
  • Charles Calomiris aponta que autoridades suíças demoraram para agir, e que Credit Suisse já vinha dando sinais de instabilidade há três meses
  • O UBS se torna uma instituição muito poderosa na Suíça, o que dificulta o trabalho dos reguladores locais
  • Riscos para a estabilidade do sistema financeiro europeu não devem diminuir logo

O novo UBS, formado com a compra do Credit Suisse (CS), gera mais riscos para a estabilidade do sistema financeiro na Europa, pois se torna uma instituição bem maior, sujeita a procedimentos de supervisão e de regulação que vem apresentando falhas na Suíça em duas décadas e meia, comentou ao Broadcast Charles Calomiris, professor de Columbia Business School.

“Nos últimos 25 anos, ocorreram três grandes crises envolvendo o UBS e Credit Suisse – saiba aqui tudo sobre o caso –, e as autoridades da Suíça pouco fizeram para coibir tais situações”, destacou Calomiris. “Estas instituições privadas registraram problemas bem sérios basicamente por um motivo: má gestão administrativa, o que não foi enfrentado de forma rápida pelos agentes reguladores e supervisores.”

Para Charles Calomiris, os riscos para a estabilidade do sistema financeiro europeu não devem diminuir logo, pois estão baseados em uma estrutura na qual “os banqueiros que têm muito poder e não querem disciplina, e os políticos em geral, não querem adotar arcabouços regulatórios que alterem rapidamente o status quo.” No entanto, ele não se manifestou se a volatilidade nos mercados europeus passará logo.

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Veja também: estudo mostra que 190 bancos correm o mesmo risco que levou o Silicon Valley Bank (SVB) à falência

Na caso recente do Credit Suisse, o acadêmico ponderou que há três meses, quando havia sinais de desconfiança de investidores com a gestão da instituição financeira, o que já era identificado de certa forma em queda das suas ações, as autoridades na Suíça já deveriam ter agido para não permitir que o problema ficasse ainda maior em pouco tempo. “Era o momento de ser exigido o aumento de capital pelos acionistas e, se tal medida não fosse atendida, deveria ser determinada a troca da direção do banco.”

Na avaliação de Charles Calomiris, há uma indicação otimista de que as autoridades da Suíça tomarão mais cuidado com o novo UBS, pois o banco se tornou ainda mais importante para o sistema financeiro e a economia do país. “Como o UBS agora representa uma parcela ainda maior do PIB (Produto Interno Bruto) da Suíça, as autoridades estarão mais atentas às suas atividades. Isto é natural em países pequenos onde os bancos são muito importantes para o nível de atividade, como é o caso também do Reino Unido e do Chile.”

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