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- Entrevistados pelo E-Investidor afirmaram que somente a varejista conseguirá dar uma resposta sobre a magnitude desse rombo
- Ex-CEO afirmou que inconsistências no balanço da companhia se relacionam a “risco sacado"
- Até o momento, quase nada foi dito pela Americanas - apenas afirmaram que o caixa da companhia foi reduzido em 90%
Investidores e especialistas de mercado passaram os últimos dias questionando o que aconteceu com o controle financeiro da Americanas (AMER3), que repentinamente apresentou “inconsistências financeiras” , levando a companhia a pedir Recuperação Judicial nesta quinta-feira (19). Todos procuram entender qual o tamanho do estrago e como isso aconteceu.
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Em Fato Relevante no qual a empresa comunicou que pediu Recuperação Judicial, a Americanas afirma que o total dos créditos listados nos documentos protocolados com o pedido de recuperação judicial soma aproximadamente R$ 43 bilhões e que a companhia “manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos”.
Porém, o que o Fato Relevante não responde é: como uma empresa sólida, com controles de auditoria, divulga um rombo bilionário sem que nada tenha sido percebido e pede Recuperação Judicial na semana seguinte?
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Especialistas entrevistados pelo E-Investidor afirmaram que somente a varejista conseguirá dar uma resposta sobre o que aconteceu e a magnitude desse rombo, para que depois seja medido o real impacto nas contas da companhia. Até agora, não houve nenhuma explicação satisfatória. “As únicas informações que sabemos são dos poucos fatos relevantes divulgados e pela fala do ex-CEO, Sergio Rial, na última semana”, diz o diretor operacional do Economatica, Felipe Pontes.
Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, declarou que será preciso chamar auditores externos para realizar novamente todos os relatórios da companhia, já que o caso é parecido com a história do IRB Brasil [em 2020]. À época, a resseguradora inflava os números da empresa para aumentar os bônus dos gestores.
“Se realmente foi uma fraude [o caso da Americanas], não parece que vem da última auditoria, a PwC. Pode ser que seja algo de antes”, declarou o especialista. A KPMG foi responsável por auditar os dados da varejista entre abril de 2016 e outubro de 2019.
Já Marco Monteiro, analista da CM Capital, diz que uma das dúvidas dos investidores é a quanto tempo esses dados passaram ilesos. “A credibilidade da empresa perante o mercado ficará ainda mais quebrada. E, na minha visão, a principal dúvida é como a companhia irá se reerguer”.
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Mas o fundador da Gava Investimentos afirmou que, dependendo do valor real do rombo, “a falência é inevitável, já que talvez nem a recuperação e o investimento dos bilionários sejam suficientes”.
Pontes diz também que a empresa precisa mostrar o que vai fazer daqui para a frente e esclarecer melhor as informações sobre dívidas. “É preciso apresentar os números sobre queima do caixa da empresa, sobre como está sendo feita as negociações com os fornecedores para cobrir o estoque de produtos vendidos e se dividendos foram pagos com resultados inflados”.