- Empresa dá lucro desde que abriu o capital na bolsa de valores, em 2004
- Entre as bigtechs que compõe o chamado índice NYSE FAANG, a companhia é a que tem o maior caixa disponível
- Modelo sólido, boa gestão e alcance mundial são alguns aspectos positivos apontados por analistas do merca
(Isadora Rupp/ Especial para o E-Investidor) – Quando fundaram o Google (GOGL34) em 1998, Larry Page e Sergey Brin, os “google guys”, tinham um objetivo claro: criar softwares e serviços que impactassem diretamente a vida das pessoas.
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Na época, o projeto era parte de uma pesquisa que a dupla desenvolvia em um doutorado na Universidade de Stanford, Califórnia, instituição que ficou conhecida como a “universidade dos empreendedores” – lá estudaram também os fundadores de companhias como HP e Nike, por exemplo. Em 22 anos de operação, é mais do que claro que o objetivo de Page e Brin foi atingido.
O buscador é tão popular que virou até verbo: na dúvida sobre alguma informação, é só “googlar”. Quem consegue se recordar de viajar a uma cidade ou país desconhecido sem a facilidade do Google Maps? São serviços tão presentes na vida da maioria das pessoas que é impossível imaginar o dia a dia sem eles.
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Desde o ano em que o Google abriu capital na bolsa de valores americana, em 2004, a empresa já era lucrativa. Entre as companhias presentes no chamado índice NYSE FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google), o Google é quem tem o maior caixa líquido: US$ 100 bilhões.
“É um caixa absurdo. Poderia zerar as dívidas e ainda teria caixa de sobra. É uma empresa gigante naquilo que faz, tanto na parte de receita de fato, com a geração de caixa e lucro, quanto no valor de mercado”, pontua o estrategista de investimentos da Avenue Securities, William Castro Alves. “Eles conseguiram criar o chamado fosso, o que o Warren Buffett definiu para empresas que têm uma vantagem competitiva”.
Inicialmente, o preço das ações do Google estreou com um valor de pouco mais de US$ 100; mas acabaram sendo vendidas a US$ 85. Já no primeiro dia de negociação ultrapassou os US$ 100 que eram projetados. Hoje, uma única ação vale em média US$ 1,4 mil. A Alphabet, holding que controla todas as empresas do grupo, registou lucro líquido de 10,67 bilhões no quarto trimestre de 2019.
Mesmo com uma queda considerável das ações da empresa em março de 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus (quando as ações chegaram a valer US$ 1 mil), a recuperação foi rápida e ascendente. Tanto que, na última segunda-feira, 13 de julho, registrou recorde de desempenho no mercado financeiro, quando chegou a US$ 1.505.
Futuro promissor
Na análise de William Alves, além da solidez no mercado e da concorrência praticamente inexistente, o modelo de negócio do Google gera retorno alto.
“Você não precisa montar uma fábrica, um parque petroquímico, uma hidrelétrica. É, basicamente, um prédio com pessoas dentro criando”.
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Além disso, o estrategista ressalta que, com caixa de sobra, o Google consegue “torrar” dinheiro em novas ideias, produtos e apostas (como o carro que dirige sozinho, exemplifica Alves, fora projetos como o de levar internet a lugares remotos e financiamento de projetos jornalísticos). “Gosto do Google porque ele está muito presente na nossa vida, com o buscador, Google Chrome e o YouTube, que já começa a ser, inclusive, um competidor para os serviços de streaming pagos”, acredita.
Outro fator positivo, frisa Alves, é o comando da empresa (a cargo do indiano Sundar Pichar, CEO do Google desde 2015 e da Alphabet desde dezembro de 2019): “A mudança de controle foi saudável para o Google, e as origens indianas dele atraem a atenção para um país de mais de 1.3 bilhão de pessoas”.
Mesmo com vários aspectos favoráveis, é preciso ficar atento e acompanhar o investimento. É o que orienta Felipe Peixinho, head de produtos financeiros da Ágora Investimentos. “É fácil apenas responder um ‘sim’ quando se pergunta se vale a pena investir em bigtechs como o Google. São empresas que devem continuar liderando. Mas tenha cuidado e esteja a par. Pesquise, leia relatórios. Sem se empolgar e colocar todo o dinheiro em um só lugar”.
Como investir nas ações do Google?
Para se tornar sócio do Google mesmo estando no Brasil, há dois caminhos:
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Abrir conta no exterior
Para quem quiser comprar diretamente ações da empresa, é necessário abrir conta em uma corretora de valores no exterior (já existem empresas brasileiras com braço nos EUA com plataformas totalmente em português).
O sistema é simples: por meio de um TED, o cliente envia o dinheiro do banco para a corretora e faz a conversão para dólar no próprio site. E não é preciso ter capital para comprar uma ação cheia ou lote: se uma pessoa tem US$ 500 disponíveis, ela vira acionista em poucos minutos.
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O importante, orientou Alves, é que essa ordem seja de no mínimo US$ 100, por conta da taxa de corretagem (de US$ 1).
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Via BDRs
Outra maneira é via BDRs (Brazilian Deposit Recipts), certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas do exterior, como a Alphabet. O ponto negativo é que essa modalidade está disponível apenas para investidores qualificados, ou seja, quem tem mais de R$ 1 milhão investido.
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