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Vamos ter um formato único no nosso CBDC, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central brasileiro ainda fez ponderações sobre o funcionamento do CBDC no país

Vamos ter um formato único no nosso CBDC, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Por Cícero Cotrim e Thaís Barcellos – O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse há pouco que o desenho brasileiro de CBDC (Moeda Digital do Banco Central, na sigla em inglês) será “único” e com foco em uma implementação que não machuque os bancos do país.

“Teremos um formato um tanto único no nosso CBDC, porque acho que esse movimento é mais sobre monetizar ativos. O principal problema que nunca conseguimos resolver ao falar de CBDC é: como podemos fazer o CBDC sem machucar a capacidade dos bancos fazerem crédito? O que acontece quando você começa a comer a base de depósitos dos bancos?”, disse.

Segundo Campos Neto, a solução pensada é que os bancos sejam capazes de monetizar depósitos ao emitir stablecoins ligadas a um CBDC emitido pelo BC. “Se os bancos puderem emitir stablecoins sobre seus depósitos, eles vão desenvolver uma tecnologia e vão investir nisso, porque podem ganhar com isso”, completou.

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Esse desenho serve como um incentivo para que os bancos usem mais tecnologia para monetizar ativos, afirmou. A tendência ainda é de melhorar a custódia com o desenho do CBDC, disse Campos Neto, que participa do evento Valor’s Crypto Summit Rio 2022, promovido pela Valor Capital Group na manhã de hoje.

O presidente do BC disse ainda que qualquer stablecoin deve ser amparada por um ativo real, mas que não é o dever de um banco central impedir que haja alguma alavancagem do valor. “Acho que a única tarefa que temos é que o que quer que alguém esteja vendendo seja transparente e que possamos monitorar que o ativo vendido seja amparado em um ativo real”, afirmou.

Campos Neto ainda disse que espera ver uma maior conexão entre sustentabilidade e criptoativos. O presidente do BC observou que a mineração de criptoativos ainda consome muita energia, mas que seria possível criar um criptoativo com base na energia economizada. Para Campos Neto, a tendência ainda é de desenvolvimento de algum tipo de dólar digital nos próximos anos. O presidente do BC ainda reiterou que ainda existem dificuldades para transferir dinheiro entre países, mas pontuou que o desenvolvimento desordenado de um CBDC é pior do que o uso de criptoativos.