Saiba como calcular a rentabilidade de CDBs, LCIs e LCAs

Para entender como é calculada a rentabilidade dos investimentos de renda fixa, é importante conhecer os ativos

Saiba como calcular a rentabilidade de CDBs, LCIs e LCAs
Como calcular a rentabilidade dos investimentos de renda fixa? Imagem: Adobe Stock

Os investimentos de renda fixa são muito procurados por aqueles que desejam aplicar seu dinheiro de forma segura e maior certeza de retornos. Entre as opções oferecidas pelas instituições financeiras, estão os os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) que, apesar de similares, exigem atenção quando o assunto são as rentabilidades.

Essas três aplicações funcionam como um empréstimo do seu dinheiro às instituições emissoras do ativo – seja ele qual for -, como mostrado nesta matéria do Bora Investir. A diferença está no uso desse dinheiro e também o lastro dele. Nos CDBs, por exemplo, os recursos são usados pelos bancos para conceder crédito a outros clientes. Nas LCIs e LCAs isso também acontece, mas o dinheiro é usado para conceder crédito a clientes do mercado imobiliário ou do agronegócio, respectivamente.

Ao final do período estabelecido desse empréstimo, o banco retorna o valor acrescido dos juros. Essa taxa pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.

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No primeiro caso, é possível calcular desde o momento da aplicação quanto você terá ao final do investimento, pois a taxa já está definida. Os títulos pós-fixados, por sua vez, variam de acordo com a Selic – taxa básica de juros -, Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou a inflação, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ativos híbridos, por sua vez, combinam essas duas formas de rentabilidade.

Comparando as rentabilidades de uma LCI e um CDB

Quando o investidor olha a rentabilidade prometida de cada título no aplicativo de seu banco ou corretora, a rentabilidade do CDB é bruta, enquanto a da LCI ou LCA é líquida. Isso acontece por conta da diferença na cobrança de impostos dessas modalidades de renda fixa.

O Bora Investir comparou a rentabilidade de 110% do CDI oferecida por um CDB, com uma rentabilidade de 100% do CDI, oferecida em uma LCI. Vale lembrar que o CDI opera baseado na Selic – atualmente em 10,75% ao ano – e, portanto, um investimento que rende 100% dessa taxa acompanha os juros nacionais. Hoje, o CDI opera a 10,65% ao ano.

Considere um investimento de R$ 1.000,00 por 1 ano. O cálculo para esse valor seria:

Resultado líquido = principal x rentabilidade bruta – imposto de renda

Passo 1: Cálculo do imposto

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Imposto = 1.000 x 0,1065 [a rentabilidade bruta] x 0,20 [alíquota do imposto, de 20% para o prazo de 1 ano]
Imposto = R$ 21,30

Passo 2: Cálculo do resultado líquido

Resultado líquido = Principal x Rentabilidade Bruta – Imposto
Resultado líquido = 1.000 x 0,1065 – 21,30
Resultado líquido = 106,5 – 21,30
Resultado líquido = R$ 85,20

Passo 3: Cálculo do saldo final

Saldo final = Principal + Resultado líquido
Saldo final = 1.000 + 85,20
Saldo final = R$ 1.085,20

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Já uma LCA ou LCI de R$ 1.000,00 que renda 100% do CDI, após 1 ano, renderia 10,65% ao ano. O resultado depois de um ano seria de R$ 1.106,50.

Quais os riscos de investir em CDBs, LCIs e LCAs?

Além da rentabilidade, os investidores devem estar atentos aos riscos envolvidos em aplicar nesses ativos. Apesar de terem até R$ 250 mil em garantia que pode ser pago pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School, destacou outros riscos para esta reportagem do Bora Investir.

O primeiro deles é o risco de mercado e ambientais, que podem afetar o valor dos ativos. No caso de um LCA, por exemplo, uma seca ou queimada na lavoura prejudica os investidores desse título. Em seguida, a liquidez, ou seja, a dificuldade de se transformar um investimento em dinheiro rapidamente, também é um risco mencionado pelo especialista. Isso porque, em títulos que não oferecem liquidez diária, as instituições financeiras podem cobrar taxas pelo resgate antecipado.

Por fim, há o risco de crédito, que seria o não cumprimento das obrigações por parte do emissor. Mesmo conhecendo as vantagens e desvantagens desses investimentos de renda fixa, ter um bom planejamento financeiro é essencial para construir a estratégia que melhor se adequa às suas metas.