O apagão cibernético desta sexta-feira (19) que provocou paralisação de diferentes sistemas de tecnologia pelo mundo, inclusive de companhias aéreas e bancos, pode vir a ser classificado como o maior da história, destaca a mídia internacional. A falha global ocorreu por conta de uma atualização mal sucedida no software de segurança Falcon da CrowdStrike, que afetaram dispositivos da Microsoft Windows.
- Atualização em tempo real: veja quais empresas foram afetadas e quais estão salvas até agora do apagão cibernético
O britânico The Guardian traz como manchete em seu site: “Maior interrupção de TI da história” atinge o Microsoft Windows e causa caos global. A reportagem aborda análise do especialista Adam Smith, do instituto de tecnologia BCS, destacando que a recuperação completa dos sistemas afetados pela falha no software CrowdStrike pode levar “semanas”, mas que a crise poderia ter sido ainda maior.
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“A correção precisa ser aplicada a muitos computadores globalmente e problemas como telas azuis e loops infinitos podem tornar o processo mais complicado e demorado”, publicou o jornal inglês, acrescentando que “embora o Microsoft Windows seja amplamente utilizado, o Linux é o sistema preferido para operações críticas, o que pode ter evitado uma crise ainda maior”.
Em entrevista à CNN, o especialista em segurança cibernética Troy Hunt disse não achar que seja muito cedo para dizer que esta será “a maior paralisação de TI da história”. No entanto, pontua que falta saber se a escala e o impacto da interrupção dos sistemas ao redor do mundo atingirão o nível do ataque cibernético “NotPetya” de 2017, que teve a Rússia como principal suspeita. O evento ocorrido em 2017 teve como alvo inicial computadores na Ucrânia, mas afetou empresas globalmente.
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Para a CNBC, o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, disse que a empresa está procurando maneiras de automatizar a correção, o que indica que os clientes estão limitados a correções manuais até o momento. Isso significa que as entidades afetadas – de bancos a bolsas de valores e portos marítimos – podem levar dias para voltar a ficar totalmente online, como declarou à CNBC Alan Woodward, professor de segurança cibernética na Universidade de Surrey.
Solução difícil para o apagão cibernético
Segundo The Verge, a solução para muitos casos não será fácil. Os administradores de TI, segundo a publicação, ainda estão tentando usar uma solução alternativa inicial fornecida pela CrowdStrike, que envolve inicializar sistemas Windows no modo de segurança e excluir um arquivo de sistema.
Ao The New York Times, Lukasz Olejnik, pesquisador e consultor independente de segurança cibernética, disse que, diferentemente das atualizações de software do iPhone que a Apple envia aos clientes, o apagão cibernético envolveu sistemas de tecnologia da informação em segundo plano que as pessoas normalmente não veem as empresas usarem. Os sistemas afetados, explica Olejnik, realizam tarefas essenciais, incluindo a varredura de computadores em busca de vírus. Esse software precisa de acesso total ao sistema para cumprir suas funções, o que torna o problema ainda mais complexo.