O Barclays elevou suas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, de 0,2% para 1,1%. Com isso, a projeção para a alta do PIB no ano também foi elevada, de 1,0% para 1,5%.
Em relatório, o economista para Brasil do banco, Roberto Secemski, atribui a elevação das estimativas a dados de atividade econômica “melhores do que os esperados originalmente”, com destaque para a expansão de 1,1% no volume de serviços e a alta de 1,7% para as vendas do conceito ampliado do varejo, ambas em fevereiro.
“A proxy mensal do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), de fevereiro também surpreendeu significativamente para cima, com alta de 3,3% na margem, provavelmente apoiada pelo crescimento dos serviços, mas também pelo desempenho positivo das culturas do 1º trimestre, como soja e milho”, destacou Secemski.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O economista também pontua que os dados do mercado de trabalho, que pareciam enfraquecidos no final de 2022, aceleraram no primeiro trimestre do ano, com destaque para a criação líquida de empregos.
“Talvez mais importante, a taxa de participação permanece bem abaixo dos níveis pré-pandêmicos, o que limita a taxa de desemprego, resultando em um mercado de trabalho relativamente apertado. Embora os salários reais tenham apresentado tendência lateral nos últimos cinco meses, o recente aumento nas contratações está elevando a massa salarial real, resultando em um cenário mais favorável para o consumo no próximo prazo”.
À frente, contudo, o economista avalia que, apesar do forte início de ano da atividade, a expectativa é que a economia perca força nos próximos meses, com crescimento de 1,5% do PIB no ano, após alta de 2,9% em 2022. “Acreditamos que a combinação de safra forte, mercado de trabalho mais resiliente no curto prazo e política fiscal expansionista ajudam a amenizar os efeitos do aperto monetário, que devem prevalecer nos próximos trimestres, levando a um padrão de desaceleração mais claro neste ano na comparação com 2022”, escreveu Secemski.
Para 2024, a projeção do Barclays segue de alta de 1,9% para o PIB, o que, segundo o economista, reflete a suposição de que o ciclo de afrouxamento monetário deve iniciar no próximo mês de setembro.
Publicidade