O dólar fechou o pregão desta terça-feira (25) em alta frente ao real. Ao ser negociado a R$ 5,4544, o que representa um aumento de 1,19%, a moeda americana recupera parte das perdas da véspera, quando anotou R$ 5,39.
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Se na segunda-feira (24) o dólar caiu com a cautela dos investidores quanto ao anúncio dos dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, hoje sua máxima ocorreu por três motivos, segundo o mercado financeiro: análise dos investidores em relação à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), as declarações do diretor do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e também de Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve (Fed), o banco dos EUA.
Na ata, o Copom disse que a reancoragem das expectativas de inflação é considerada pela diretoria do BC como um fator determinante para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida. O Banco Central também informou um ajuste marginal em seus modelos, aumentando a hipótese de taxa de juros real neutra – aquela que não estimula nem retrai a economia – de 4,5% para 4,75%.
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Em videoconferência promovida pela corretora de investimentos Warren, Galípolo disse que o Banco Central não estabelece metas para o câmbio ou o diferencial de juros, mas foca exclusivamente na meta de inflação, que deve ser cumprida rigorosamente. Segundo ele, a moeda brasileira acompanhou o movimento de outras divisas de países emergentes, registrando alta em relação ao peso mexicano e valorização ante o rand sul-africano.
Enquanto isso, a dirigente do Banco Central dos Estados Unidos, Michelle Bowman, afirmou que manter a taxa de juros elevada por um período prolongado será necessário para controlar a inflação. Ela destacou que a inflação continua alta e há vários riscos que podem aumentar ainda mais a inflação, influenciando sua visão econômica. Bowman também disse que observará atentamente os dados futuros para avaliar se a política monetária dos EUA é suficientemente restritiva para reduzir a inflação para a meta de 2% ao longo do tempo.
Ouro fecha em alta e reverte perdas com dólar enfraquecido
Nesta segunda-feira (24), o ouro também fechou em alta, impulsionado pelo enfraquecimento do dólar frente a moedas desenvolvidas. Com a queda da moeda americana, o ouro atraiu investidores que buscam ativos de segurança.
O contrato de ouro para agosto encerrou o dia com alta de 0,56%, cotado a US$ 2.344,40 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Razan Hilal, do City Index, apontou que a tendência dos preços do ouro é de consolidação, com um movimento lateral observado no último mês que deve persistir durante o verão americano, antes de uma possível alta no médio prazo.
O Bank of America (BofA) prevê que os preços do ouro podem chegar perto de US$ 3 mil por onça-troy em um ano. O banco destaca que, embora a demanda pelo metal esteja reduzida no momento, espera-se uma recuperação após o Fed cortar as taxas de juros. Além disso, o BofA aposta que os bancos centrais continuarão aumentando suas compras de ouro globalmente, o que deverá impulsionar os preços.
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O banco também mencionou preocupações recentes sobre o domínio do dólar americano na economia global e a estabilidade da moeda dos EUA, fatores que devem levar a mais compras de ouro pelos bancos centrais e aumentar o interesse dos investidores privados.
Hoje, os preços do paládio subiram mais de 4%, impulsionados por notícias de que a Apple vai produzir um novo semicondutor para seus gadgets. Além disso, relatos indicam que a ByteDance e a Broadcom estão desenvolvendo um novo semicondutor alimentado por inteligência artificial (IA). Os semicondutores utilizam paládio em sua composição, o que explica a alta no preço do metal.