A cotação do dólar hoje sofreu uma virada no final da tarde e fechou em baixa. Nesta quinta-feira (7), a moeda americana chegou a oscilar entre o campo positivo e o negativo, mas terminou o pregão em queda de 0,01%, a R$ 5,6753, depois de variar entre máxima a R$ 5,7237 e mínima a R$ 5,6343.
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Já o índice DXY, que mede a divisa ante uma cesta de seis pares fortes, exibia queda de 0,72%, aos 104,333 pontos, no final do dia, corrigindo o movimento de quarta-feira (6), quando atingiu a marca de 105,088 pontos, o maior nível desde 3 de julho, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. O entendimento do mercado é de que as medidas protecionistas do republicano têm um viés inflacionário, que pode levar a uma valorização do dólar frente a outras moedas globais.
No pregão desta quinta-feira (7), o real, que na véspera conseguiu se sair bem, sofreu oscilações diante da possibilidade de que o pacote de corte de gastos prometido pelo governo não seja anunciado ainda hoje, como se esperava. Fontes ouvidas pelo Broadcast Político afirmam que, com a agenda cheia, a cúpula do Congresso Nacional já teria sinalizado a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que seria muito difícil um encontro entre Legislativo e Executivo para tratar sobre o tema ainda nesta quinta-feira.
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Segundo a CNN, o presidente Lula analisaria duas propostas de contenção de gastos, uma que chegaria a um montante de R$ 15 bilhões e atingiria pastas como Saúde e Transporte, enquanto a outra ficaria em torno de R$ 10 bilhões, de acordo com fontes. Em nota, no entanto, o Ministério da Fazenda afirmou que tais informações “não procedem”
Investidores também reagiram à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central americano, que optou por reduzir as taxas de juros americanas em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,5% e 4,75% – o segundo ajuste para baixo realizado em 2024. “Aqui no cenário doméstico, tivemos uma alta nos juros, enquanto lá fora houve uma queda. Esse cenário é positivo, pois aumenta o diferencial de juros entre o Brasil e o exterior”, afirma Júlio Mora, fundador e CEO da Choice Investimentos.
Na visão do especialista, o aumento desse diferencial de juros é favorável porque incentiva a entrada de mais dólares no Brasil. Investidores captam recursos a juros mais baixos lá fora e aplicam aqui, onde os juros são mais altos. “Essa diferença torna o nosso País um destino atraente para capital estrangeiro, o que pode ajudar a fortalecer o real”, pontua.
Como a vitória de Trump mexe com o dólar?
Com o retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos, a expectativa é de que o dólar siga uma trajetória de valorização em relação a outras moedas globais. Isso porque o republicano foi eleito com propostas econômicas mais protecionistas, incluindo o aumento de imposto de importação, com tarifas mais elevadas para a China. A possibilidade de manutenção dessas tensões comerciais tende a sustentar a demanda por ativos seguros, favorecendo a divisa americana.
Conforme explicamos nesta reportagem, um outro ponto que joga a favor de um dólar mais forte no novo mandato de Trump é a inflação. O entendimento do mercado é que a agenda econômica apresentada na campanha é inflacionária e, com a maioria republicana no Congresso, essas propostas podem ter maior facilidade de sair do papel.
O dólar cai 1,83% em novembro. No ano, a moeda acumula ganhos de 16,93%.
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*Com informações do Broadcast