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Juros: descoladas do câmbio, taxas fecham com leve alta

Os rendimentos dos Treasuries subiram, com a taxa da T-Note de 10 anos em 3,351%

Juros: descoladas do câmbio, taxas fecham com leve alta
Foto: Envato

(Denise Abarca, Estadão Conteúdo) — Os juros futuros fecharam em alta moderada, em movimento que foi na contramão do câmbio e atribuído a uma recomposição de prêmios da curva, após o recuo das taxas na semana passada, estimulado principalmente pela expectativa com relação ao índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos, amanhã, que deve trazer núcleo pressionado. As taxas curtas fecharam em níveis acima do das longas, em dia de piora na mediana de IPCA para 2024 no Boletim Focus e a despeito do anúncio da redução do preço do gás de cozinha pela Petrobras. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou na máxima de 13,74%, de 13,72% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,92% para 12,99%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,72%, de 11,64%, e a do DI para janeiro de 2027 avançou a 11,32%, de 11,28%.

Os juros operaram o dia todo na contramão dos demais segmentos. O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, afirma que a segunda-feira não trouxe “drivers” para o mercado e o desenho da curva nesta segunda-feira parecia ser mais um ajuste antes do CPI. “Tivemos queda importante na semana passada, principalmente nos longos, o que abre espaço para uma correção, e ainda o petróleo subindo”, comentou. O tipo Brent fechou em alta de 1%, aos US$ 94 por barril. De um lado, a commodity vai deixando para trás a marca de US$ 90, mas de outro a fraqueza do dólar tem levado o barril novamente para perto de US$ 100. Os rendimentos dos Treasuries também subiram, com a taxa da T-Note de 10 anos em 3,351% e a de 2 anos, em 3,565%, perto das 17h, ante 3,32% e 3,56% no fim da tarde de sexta-feira.

O consenso das estimativas para o CPI amanhã é de deflação marginal, -0,1%, no dado mensal de agosto, com a taxa anualizada a 8%. Porém, para o núcleo a expectativa é de que avance 0,3%, com a leitura anual chegando a 6,1%. Em julho, essas altas haviam sido de 0,3% e 5,9%, respectivamente.

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No Podcast Diário Econômico, o economista-chefe do Banco Original, Marco Antonio Caruso, afirma que confirmadas as previsões para o núcleo, o cenário de alta de 75 pontos-base para o juro pelo Federal Reserve em setembro, atingindo 3,25%, pode se consolidar.

No front doméstico, a Petrobras anunciou esta tarde queda de 4,7% no preço do gás de cozinha (GLP) a partir de amanhã, mas as taxas futuras não tiveram reação, na medida em que um cenário desinflacionário nos próximos meses parece estar precificado. Até porque também o alívio no IPCA este ano é residual, entre 0,03 e 0,04 ponto porcentual, nos cálculos dos analistas.

Depois do alerta dado por dirigentes do Banco Central (BC) no começo da semana passada, o mercado reforçou as preocupações com as expectativas de inflação de longo prazo. O avanço da mediana para 2024, de 3,43% para 3,47%, na pesquisa Focus gerou desconforto e foi apontado por operadores como um dos fatores a pesar hoje sobre a curva, à medida que vai distanciando da meta de 3,00% para 2024. Na última terça-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, admitiu durante evento organizado pela Bradesco Asset que as expectativas para 2024 o incomodam, com desancoragem para o centro e que é inconsistente o mercado projetar uma inflação acima do centro da meta em 2024 e discutir queda de juros em 2023.

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