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Fitch analisa potencial aumento de capital do Pão De Açúcar (PCAR3)

Para a agência, o aumento de capital aceleraria a trajetória de desalavancagem financeira da companhia

Fitch analisa potencial aumento de capital do Pão De Açúcar (PCAR3)
Foto: Jo Galvão/Shutterstock

Um eventual aumento de capital de até R$ 1 bilhão do Grupo Pão De Açúcar (GPA) (PCAR3), (Rating Nacional de Longo Prazo AA(bra)/Perspectiva Estável), anunciado no último domingo (10), seria positivo para o perfil de crédito da empresa, mas insuficiente para alterar sua classificação, afirma a Fitch Ratings.

Para a agência de classificação de risco, o aumento de capital, caso concretizado, acelerará a trajetória de desalavancagem financeira do GPA, posicionando seu índice dívida líquida ajustada/Ebitdar em patamar mais aderente ao atual rating.

Em bases pró-forma, considerando a entrada dos recursos em 2024, o índice dívida líquida ajustada/Ebitdar cairia moderadamente, para 3,9 vezes, em 2024, das 4,6 vezes do atual cenário-base da Fitch, frente a um gatilho de rebaixamento de 4,5 vezes.

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A projeção também contempla a entrada extraordinária de cerca de R$ 790 milhões, provenientes da venda de participação remanescente no Almacénes Éxito, de 13,3%, e de R$ 54 milhões da alienação da participação de 34% na Cnova N.V., sendo R$ 43 milhões em 2023 e R$ 9 milhões em 2024.

“Os recursos do potencial aumento de capital devem ser utilizados para reduzir a alavancagem financeira do GPA, que se deteriorou materialmente nos últimos anos. A empresa enfrentou elevados desembolsos com juros da dívida, além de perda de rentabilidade diante de um cenário macroeconômico mais desafiador e da intensa competição com outros formatos”, observa a Fitch.

A agência destaca ainda que a oferta de ações deve resultar em material diluição do acionista controlador, o Casino Guichard-Perrachon, embora este controle não seja um limitador da classificação. O Casino atualmente detém 40,9% das ações do GPA, devendo passar a deter a metade desta participação caso a oferta seja integralmente colocada.

Em março de 2023, a Fitch rebaixou o rating do GPA de ‘AAA(bra)’ para ‘AA(bra)’, devido ao enfraquecimento de seu perfil de negócios após a segregação do Éxito, que resultou em significativa perda de escala e de diversificação geográfica na América Latina, com aumento da alavancagem financeira. Antes da segregação, o GPA detinha 96,5% das ações do Éxito.

Segundo a Fitch, o rating do GPA se beneficia de seu relevante posicionamento de negócios e da força de sua marca no varejo alimentar do Brasil, com 695 lojas e 71 postos de gasolina ao final de setembro de 2023.

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