Os fundos de investimento sustentável, que possuem o sufixo IS em seu nome, conforme regulação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), alcançaram R$ 11,4 bilhões sob gestão em junho – alta de 73% nos últimos seis meses – e já representam 69% da indústria de fundos ESG (sigla para governança ambiental, social e corporativa, em inglês, que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização). Os dados são destaque em relatório do Itaú BBA, divulgado nesta segunda-feira (22) e assinado pelos analistas Victor Natal e Daniel Gewehr.
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Em comparação, os fundos vinculados ao ESG – que integram as práticas ESG em seus processos de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal – alcançaram R$ 5,1 bilhões sob gestão em junho de 2024, alta de 23% nos últimos seis meses.
“Os fundos IS continuam a ganhar participação sobre os fundos vinculados ao ESG e representam atualmente 69% do mercado de fundos ESG, em comparação com 62% no final de 2023”, descrevem os analistas, no relatório. Eles observam que, comparado à indústria brasileira de fundos, o total de ativos sob gestão dos fundos (AuM) IS cresceu, porcentualmente, dez vezes mais. “No entanto, o AuM do mercado ESG ainda é pequeno, representando apenas 0,18% do total dos recursos”, pontuam.
Crescimento no 1º semestre de 2024
O relatório do Itaú BBA indica que há 145 fundos ESG no Brasil – fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) não estão inclusos na conta -, com 31 adicionados no primeiro semestre deste ano. Cinco desses fundos observados nos últimos seis meses têm classificação IS. “Vale ressaltar que apenas seis fundos ESG receberam seu primeiro depósito em 2024, indicando que as demais adições no ano estão relacionadas à Anbima convertendo a classificação dos fundos e/ou gestores convertendo seus fundos em fundos ESG”, informam os analistas.
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No que diz respeito aos gestores de ativos, atualmente existem 26 gestores com fundos IS e 18 com fundos vinculados ao ESG, de acordo com o relatório.
Indústria consolidada de fundos ESG
Os analistas afirmam que, depois de desconsiderar as contagens duplas resultantes de estruturas master-feeder, é possível indicar que a indústria consolidada de fundos ESG atingiu R$ 16,5 bilhões em junho de 2024, acima dos R$ 10,7 bilhões no final de 2023.
Em relação às classes de ativos, o Itaú BBA observa que os fundos ESG de ações vêm perdendo participação de mercado para fundos de renda fixa e multimercados. Os fundos ESG de ações detêm atualmente 41% do total sob gestão da indústria de fundos ESG, com R$ 6,8 bilhões, ante 56% no final de 2023.
Os fundos ESG de renda fixa cresceram R$ 4,6 bilhões neste ano, chegando a R$ 9,2 bilhões sob gestão. Já os fundos ESG multimercados cresceram R$ 300 milhões, para R$ 500 milhões sob gestão.
Os analistas do Itaú BBA destacam que, em 2024, os fundos IS atraíram mais capital do que os fundos vinculados ao ESG: R$ 4,8 bilhões e R$ 700 milhões, respectivamente. “Embora não seja definitivo que seja a principal razão, vale notar que os fundos IS são facilmente reconhecíveis como ‘sustentáveis’, já que a Anbima permite incluir esta designação no nome do fundo. Em contraste, os fundos vinculados ao ESG não têm um apelo ESG claro, uma vez que as suas práticas ESG são apenas mencionados nos prospectos do fundo”, afirmam.
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