O Ibovespa fechou com uma baixa discreta nesta terça-feira, contaminado pela piora em Wall Street e com ações sensíveis a juros na ponta negativa, enquanto papéis atrelados a commodities como Vale e Petrobras ofereceram algum suporte.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,17%, a 100.591,41 pontos, após chegar a 102.237,09 pontos mais cedo. O volume financeiro somou 21 bilhões de reais.
Em Wall Street, o clima azedou após a divulgação de piora na confiança do consumidor norte-americano em junho. O S&P 500 fechou em baixa de 2%.
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De acordo com o gestor de renda variável da Western Asset Naio Ino, o desempenho de ações de commodities proporcionou “certa sustentação” para o Ibovespa, mas papéis de empresas voltadas ao mercado doméstico continuaram sofrendo.
Preocupações com o cenário fiscal no Brasil, disse, têm estressado a curva de juros futuros, o que afeta essas companhias, que ainda são pressionadas pela ambiente de inflação elevada e dúvidas sobre o ciclo de aperto monetário no país.
Um sinal positivo para a bolsa, lembrou Ino, seria ver um certo alívio na inflação.
Nesse contexto, vale citar que economistas do Itaú Unibanco cortaram a previsão para o aumento do IPCA em 2022 de 8,7% para 7,5%, citando entre os fatores impacto da redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações.
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Para 2023, porém, ainda veem alta de 5,6%. Eles avaliam que a menor inflação em 2022 pode ter impacto inercial baixista, mas a piora fiscal traz risco altista via aumento de outros impostos no próximo ano, bem como piora nas expectativas de inflação.
Destaques
– VALE ON avançou 1,79%, uma vez que o preço do minério de ferro atingiu uma máxima de uma semana nesta terça-feira. Os preços de outros insumos e produtos siderúrgicos também subiram.
– PETROBRAS PN subiu 1,25%, em dia de alta do petróleo no exterior e com o noticiário também trazendo que a empresa que reiniciou os processos de venda de refinarias em Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul, assim como os ativos logísticos integrados a elas.
– VIA ON caiu 5,45%, com varejistas novamente na ponta negativa, dado o cenário ainda difícil para o setor por causa do aumento de juros no país. O aumento contínuo da ponta longa da curva de juros futuros, em função da escalada das incertezas fiscais, também pesou. AMERICANAS ON perdeu 4,35% e MAGAZINE LUIZA ON cedeu 2,06%.
– HAPVIDA ON caiu 5,78% após o Credit Suisse cortar o preço-alvo a 9,50 reais e afirmado em relatório que passou a ver prejuízo para a empresa em 2022. O Credit Suisse, porém, reiterou recomendação “outperform” para as ações.
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– GPA ON subiu 2,86%. Analistas do Itaú BBA retomaram a cobertura do papel com recomendação “outperform” e preço-alvo de 32 reais, enxergando uma relação risco/retorno positiva.
– BB SEGURIDADE ON valorizou-se 2,13%, um dia após anunciar que destinará 80% do lucro do primeiro semestre para dividendos. O Itaú BBA também elevou a recomendação dos papéis para “outperform”, com preço-alvo de 32 reais.