O Ibovespa hoje abriu próximo a estabilidade, com leve alta de 0,01%, aos 123.345 pontos nesta quarta-feira (22), mas logo passou a subir 0,43%, a 123.865 pontos. A abertura de negócios ocorre de olho em novas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em dia de agenda enxuta de indicadores.
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O viés de alta dos índices futuros de ações em Nova York pode puxar o principal índice da B3 hoje para o campo positivo. No entanto, as incertezas em torno das políticas do presidente americano abrem brecha para volatilidade. Com isso, o índice hoje pode corrigir parte das recentes altas.
Na véspera, o Índice Bovespa bateu o recorde de fechamento do ano, encerrando em alta de 0,39% aos 123.338,34 pontos. Esse foi o maior nível de encerramento desde 17 de dezembro, então aos 124.698,04 pontos.
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Já o dólar se enfraquece novamente ante a maioria das moedas principais e emergentes ligadas a commodities com a redução do risco de um grande aumento de tarifas sobre importações americanas, avalia a MCM Consultores. “A expectativa é de que o governo americano utilizará as ameaças de elevar as tarifas para forçar acordos comerciais com importantes parceiros”, estima em nota.
A moeda abriu em queda de 0,28% nesta quarta-feira, a R$ 6,0140, valor menor que o registrado no último fechamento, de R$ 6,03. Às 10h10, o dólar caía cerca de 0,01%, a R$ 6,008.
Os juros futuros, por sua vez, devem enfrentar oscilações moderadas, com viés de baixa puxado pelo dólar. O avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) pode servir de contraponto.
O que movimenta o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As bolsas sobem no exterior em meio à repercussão das políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e balanços, como o do Netflix (NFLX34), cujas ações disparavam 14,22% nesta manhã.
Na terça-feira (21), o republicano anunciou que investirá cerca de US$ 500 bilhões em Inteligência Artificial (IA), o que impulsionou ações de tecnologia. O dólar opera em baixa ante maioria das moedas.
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Apesar da preocupação na Europa com adoção de tarifas comerciais pelos EUA, as bolsas sobem diante da expectativa de corte de juros pelo BCE e Banco da Inglaterra (BoE, em inglês). A presidente do BCE, Christine Lagarde, falou nesta quarta-feira de antecipar as tarifas comerciais.
Trump disse que as tarifas que pretende impor aos produtos do Canadá e do México a partir do dia 1º/2 têm o objetivo de interromper a imigração não autorizada e o fluxo de drogas ilícitas. Ele também ameaçou impor tarifas contra a China, que exporta produtos químicos usados para fazer fentanil e avalia a imposição de uma tarifa de 10% sobre os produtos importados do país também em 1º de fevereiro.
- Leia também: como o aumento de tarifas nos EUA pode impactar Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Weg (WEGE3) e mais empresas do Brasil
Commodities
O minério de ferro fechou em queda de 0,44%, cotado a 800,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,06 nos mercados de Dalian, na China. Já o petróleo sobe levemente 0,04% no WTI e 0,09% no Brent.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 0,66% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10h10 (de Brasília). Por outro lado, os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam cerca de 0,58% no mesmo horário.
Mercado brasileiro
A uma semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central inicia nesta quarta-feira o período de silêncio, e nem mesmo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que sai na sexta-feira (24), deve alterar a aposta do mercado de mais uma alta de 100 pontos-base da Selic, como sinalizado pelo BC.
O Ministério da Fazenda estima que o pacote fiscal aprovado no fim do ano vai gerar uma economia de R$ 29,4 bilhões no orçamento deste ano. O dado foi enviado ao Broadcast e prevê o efeito para 2025 de cada medida aprovada.
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Até então, a pasta só havia divulgado, em dezembro, o impacto do pacote somado para 2025 e 2026, de R$ 69,8 bilhões, sem isolar na publicação os efeitos para cada ano. Segundo a tabela mais recente, em 2026, as medidas irão poupar R$ 40,3 bilhões aos cofres públicos, o que pode repercutir no Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast