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Investidor tem apetite contido mesmo com Ibovespa barato, aponta BTG

Segundo a pesquisa do banco, o setor favorito no índice segue sendo o de serviços básicos, dado o baixo risco

Investidor tem apetite contido mesmo com Ibovespa barato, aponta BTG
(Foto: joyfotoliakid em Adobe Stock)

Levantamento realizado pelo BTG Pactual (BPAC11) para medir o sentimento dos investidores avaliou que, de modo geral, o mercado concorda que o Ibovespa está barato, mas o apetite pelo risco parece um pouco restrito, com a maioria dos entrevistados definindo seus níveis de sentimento como “neutros” (48%).

Além disso, a pesquisa mostrou que 76% dos entrevistados estão com posições de caixa semelhantes ou superiores aos níveis históricos, o que, conforme o banco, aponta para um “posicionamento cauteloso” entre os negociadores.

O setor favorito no índice continua sendo o de serviços básicos, dado o baixo risco e os altos níveis de Taxa Interna de Retorno (TIR) implícita no setor, com “TIRs reais acima de 10% em várias das teses favoritas de nossa equipe”, afirma o BTG. Na outra ponta, como maior inclinação para venda, está o setor de materiais básicos.

Fatores Macroeconômicos

Os temas relacionados ao cenário macroeconômico dominantes são, sem surpresas, a perspectiva fiscal brasileira, com 92% dos votos dentre os assuntos nacionais; e o ciclo das taxas de juros dos Estados Unidos, com 79% dos votos dentre os assuntos globais. A expansão da economia chinesa, portanto, não parece ter tido grande destaque entre as respostas dos investidores, segundo o levantamento. “É possível que os investidores já estejam tão pessimistas em relação à China que, a esta altura, a perspectiva de crescimento do país se encontre em uma posição muito baixa nessa lista”, diz o BTG no documento.

Exposição aos EUA

Tendo em vista a força dos mercados dos EUA nos últimos anos e a percepção de que os investidores locais estão reduzindo cada vez mais o viés doméstico, o BTG avalia que valeria a pena avaliar o apetite a partir daqui. Hoje, 74% relatam manter entre 0-10% de exposição a ações americanas. A impressão do banco, segundo o levantamento, é de que os investidores não pretendem aumentar esta alocação nos mercados dos EUA, uma vez que 72% disseram estar dispostos a manter a exposição estável, “talvez devido aos níveis de valuation elevados do S&P”, acrescenta a instituição.

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A pesquisa também destaca que é “um pouco encorajador ver que os resgates de fundos estão diminuindo”, com a grande maioria dos fundos mostrando estabilidade (58%). Apenas 5% dos entrevistados relataram saques acelerados, o que pode indicar que a maioria dos resgates de ações já passou, de acordo com o banco.

De modo geral, os investidores parecem estar projetando um desempenho modesto para o Ibovespa até o final do ano (41% em 120-130 mil pontos e 47% em 130-140 mil pontos). A maioria espera o real entre R$ 5,20 e R$ 5,60 (78%), o que, conforme o BTG, implica alguma valorização a partir daqui, precisando de um “alívio fiscal”.

Dentre os papéis com maior concentração de compras, estão Sabesp (SBSP3), Eletrobras (ELET3 e ELET6) e Equatorial (EQTL3). Já entre os ativos com maior concentração de vendas, estão Vale (VALE3), Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Ambev (ABEV3).

Por fim, um dos principais tópicos de discussão do banco tem sido a Localiza (RENT3) e as perspectivas para as tendências de depreciação de carros usados, que têm representado um dos fatores centrais de impacto para o preço da ação no curto prazo. De acordo a pesquisa, 53% dos investidores continuam projetando tendências de depreciação amplamente estáveis em relação aos níveis atuais.

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