O Bradesco BBI estima que a Itaúsa (ITSA3) pode ganhar R$ 8 bilhões em valor de mercado a partir de 2027 com a reforma tributária que institui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Segundo a casa, a instituição do novo imposto e o modelo de cobrança devem reduzir ineficiências que hoje ampliam o desconto entre o valor da holding e os preços de mercado dos ativos em que ela investe.
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“Pelo nosso entendimento da proposta de reforma do IVA, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) não seriam aplicados a dividendos e resultados de subsidiárias”, afirma a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden. “Portanto, a atual ineficiência da Itaúsa relacionada à taxação de 9,25% do PIS/Cofins sobre os juros sobre capital recebidos de subsidiárias deixaria de existir a partir de 2027, com a entrada em vigor da reforma.”
Os proventos pagos pelas empresas em que a Itaúsa investe são a principal fonte de receita da holding, que tem no Itaú Unibanco (ITUB4), seu principal ativo, mas que também investe em empresas como a Alpargatas, a CCR e a NTS.
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Holdings em geral negociam a um desconto em relação aos valores de mercado dos ativos que possuem, devido justamente às ineficiências tributárias que carregam. Segundo BBI, a ineficiência da Itaúsa hoje soma cerca de 13%, e o desconto entre a Itaúsa e seus ativos é de 22,3%: a empresa vale R$ 103 bilhões, enquanto seus investimentos são avaliados em R$ 133 bilhões.
“De acordo com nossos cálculos, usando um valor de mercado ajustado teórico para a Itaúsa, chegaríamos a R$ 111 bilhões em valor de mercado”, afirma Schroden. Neste caso, o desconto de holding cairia para 16,3%, ou seja, seria 6 pontos porcentuais menor que o atual.
Com este patamar de desconto, o potencial de alta para os papéis da companhia seria de até 17,1% em relação aos patamares atuais.
O BBI mantém recomendação “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para os papéis PN da Itaúsa, com preço-alvo de R$ 13,70, 39% acima do fechamento da última terça-feira (7). O banco afirma que os potenciais benefícios da reforma do IVA tornam a Itaúsa um investimento mais atrativo que o Itaú, diante dos atuais preços de cada um.