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Dados do BC revelam saída de estrangeiro em 2 tipos de investimento; veja quais

O saldo das ações de empresas nacionais no mês de julho, por outro lado, ficaram no positivo, mostra relatório

Dados do BC revelam saída de estrangeiro em 2 tipos de investimento; veja quais
(Foto: Envato Elements)

O investimento líquido (saldo entre entradas e saídas) dos estrangeiros em fundos e títulos de renda fixa brasileiros foi negativo em julho, segundo relatório do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (26). Já em relação a ações de empresas nacionais, o saldo do mês ficou positivo.

O investimento externo líquido em fundos no Brasil foi negativo em US$ 626 milhões em julho. Em igual mês do ano passado, havia sido positivo em US$ 150 milhões.

Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 106 milhões em julho. No mesmo mês de 2023, havia ficado negativo em US$ 1,701 bilhão.

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O saldo referente a ações brasileiras foi positivo em US$ 1,485 bilhão em julho. Em igual mês de 2023, o resultado havia sido positivo em US$ 1,219 bilhão.

No acumulado de 2024 até julho, o investimento estrangeiro em ações brasileiras acumula saldo negativo de US$ 9,135 bilhões, enquanto o investimento em fundos de investimento tem entrada líquida de US$ 1,333 bilhão. O saldo em títulos de renda fixa negociados no País nesse período é positivo em US$ 4,386 bilhões.

Investimento estrangeiro na economia

Diferentemente do apetite estrangeiro por fundos e títulos de renda fixa, a demanda por projetos da economia real foi positiva no mês passado. A entrada líquida de Investimentos Diretos no País (IDP) somou US$ 7,258 bilhões em julho, muito acima do montante registrado em julho do ano passado, de US$ 1,950 bilhão. Em junho deste ano, o fluxo de IDP foi positivo em US$ 7,101 bilhões.

O resultado do mês ficou acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava entrada líquida de US$ 6,0 bilhões. As estimativas iam de US$ 4,70 bilhões a US$ 10,20 bilhões.

A entrada de IDP soma US$ 45,065 bilhões em 2024 até julho. No acumulado dos últimos 12 meses, o montante é de US$ 71,786 bilhões, o equivalente a 3,23% do Produto Interno Bruto (PIB).

Contas externas brasileiras

O Brasil teve déficit de US$ 5,162 bilhões na conta corrente em julho, segundo o BC. O déficit é o maior para o mês desde 2022, quando ficou em US$ 5,172 bilhões. Em junho, houve déficit de US$ 4,029 bilhões.

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O resultado superou a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava rombo de US$ 4,350 bilhões. Todas as estimativas do mercado sugeriam déficit, de US$ 5,80 bilhões a US$ 3,0 bilhões.

O déficit da conta corrente soma US$ 25,552 bilhões em 2024, até julho, e US$ 34,756 bilhões em 12 meses – o equivalente a 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB). No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC esperava déficit de US$ 53 bilhões nas transações correntes este ano, ou 2,3% do PIB.

O que dizem os analistas

A sócia e economista da Buysidebrazil, Andréa Damicos afirmou que o resultado do setor externo de julho confirma a trajetória de piora nos déficits em transações correntes do País. “O déficit externo segue se deteriorando e devemos continuar com essa piora”, disse Damico. A mesma avaliação tem o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato.

A economista aponta que tem havido saldos negativos mais robustos na conta da balança de serviços, com destaque para a rubrica de “demais serviços”, puxada, entre outros, pelo consumo de streaming e serviços ligados à recreação. Damico também atenta para a deterioração na conta de renda primária, com remessa mais forte de lucros e dividendos para fora do Brasil.

Margato ainda ressalta que os ingressos líquidos de IDP ganharam força nos últimos meses, e os investimentos em carteira apontam para sinais de recuperação.

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A XP projeta déficit de US$ 34,5 bilhões nas transações correntes no ano, com a possibilidade de ser um saldo negativo maior. Já para o IDP, a estimativa é de entrada líquida de cerca de US$ 70 bilhões.

Como fica o dólar

Considerando o cenário que traçou para as contas externas, Damico avalia que o câmbio deve flutuar ao redor de R$ 5,50 nas próximas semanas e encerrar o ano por volta deste nível. Ela cita que há expectativa de uma melhora no cenário global a partir do início dos cortes no juro nos Estados Unidos, em setembro, ao mesmo tempo que os preços mais baixos das commodities tendem a desvalorizar o real.