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Juros dos Treasuries operam em alta, após payroll dos EUA

A resiliência dos dados de emprego sugeriu um mercado de trabalho mais forte

Juros dos Treasuries operam em alta, após payroll dos EUA
Foto: Envato Elements

Os rendimentos dos Treasuries avançaram hoje, em uma sessão que teve como destaque a divulgação do payroll de novembro nos Estados Unidos. A resiliência do emprego sugeriu um mercado de trabalho mais forte, o que acabou afetando as perspectivas para o começo do corte de juros do Federal Reserve (Fed), após a o recente ciclo de alta de taxas. Na próxima semana, o Fed tem sua última decisão do ano, quando divulgará ainda seu gráfico de pontos com perspectivas. Além disso, há a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro nos Estados Unidos.

Às 18h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,731%. Já o da T-note de 10 anos avançava a 4,233% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,314%.

Os EUA criaram 199 mil vagas no mês de novembro, resultado ligeiramente acima da mediana calculada pelo Projeções Broadcast, que apontava para a geração de 198 mil postos de trabalho. Na contramão do que previam analistas, a taxa de desemprego no país caiu de 3,9% em outubro para 3,7% em novembro. Os ganhos no payroll foram inflacionados pelo retorno dos grevistas em novembro, mas o ritmo subjacente do crescimento do emprego desacelerou nos últimos meses, avalia a Oxford Economics. Em relatório, a consultoria aponta que isso é encorajador para Fed, que provavelmente descartou novos aumentos nas taxas de juros. No entanto, os detalhes no resto do relatório foram suficientemente robustos, em sua opinião, para manter os cortes nas taxas fora da mesa durante vários meses.

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Para a Oxford Economics a recuperação do mercado de Treasuries desde outubro e as expectativas de corte nas taxas para 2024 foram exageradas depois que o rendimento de dois anos caiu mais de 70 pontos base e o rendimento de 10 anos caiu mais de 90 pontos base em relação às máximas de outubro. “As expectativas de redução das taxas foram reduzidas após o payroll, mas ainda são demasiado agressivas na nossa opinião, deixando o mercado ainda vulnerável se os responsáveis da Fed reagirem como esperamos contra a visão do mercado relativamente à trajetória da taxa dos Fed funds”, avalia.

Já a queda nas medidas de expectativas de inflação ao consumidor da Universidade de Michigan em dezembro dá garantias ao Fed antes de sua reunião na próxima semana de que há poucos sinais de repique das pressões inflacionárias, avalia a Capital Economics. Após a divulgação, os juros longos dos Treasuries chegaram a perder força. A Capital Economics avalia que recuperação das obrigações globais enfrentou um revés hoje, após a divulgação do relatório sobre o emprego nos EUA. “Mas pensamos que os rendimentos irão retomar a sua marcha descendente em breve na maioria dos lugares, incluindo os EUA. Uma exceção é o Japão, onde esperamos que subam durante o próximo ano, dando um impulso ao iene”, avalia, lembrando as sugestões recentes de uma mudanças na política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).