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Marfrig (MRFG3) troca lucro por prejuízo em um ano; confira

CEO da operação América do Sul, Rui Mendonça, comenta resultados

Marfrig (MRFG3) troca lucro por prejuízo em um ano; confira
Marfrig. (Foto: Jefferson Almeida/Estadão)

A Marfrig (MRFG3) registrou prejuízo líquido de R$ 784 milhões no segundo trimestre de 2023, ante lucro líquido de R$ 4,255 bilhões em igual período do ano passado, No primeiro trimestre, a companhia havia registrado prejuízo líquido de R$ 634 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado, já incluindo o resultado da BRF e ajustado com os recursos da emissão de ações da BRF, somou R$ 2,299 bilhões, recuo de 42,3% em relação aos R$ 3,983 bilhões contabilizados há um ano. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, houve avanço de 53,5%.

A margem Ebitda consolidada foi de 7,1% no intervalo de abril a junho, ante 11,5% um ano atrás e 4,7% no primeiro trimestre de 2023. A receita líquida consolidada atingiu R$ 32,514 bilhões, 5,7% menor do que os R$ 34,486 bilhões do segundo trimestre do ano passado mas 2,4% superior à apurada de janeiro a março deste ano.

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Em release de resultados, divulgado ontem (14), depois do fechamento do mercado, a Marfrig argumenta que o lucro líquido apurado no segundo trimestre do ano passado foi “positivamente impactado” pelo efeito contábil da reavaliação dos saldos de abertura da BRF no balanço da Marfrig.

Na operação da América do Norte, onde a companhia é representada pela National Beef, o volume total vendido (mercado interno e externo) somou 483 mil toneladas, 6,4% menos do que no segundo trimestre de 2022, com queda de 7,9% no consumo interno, para 416 mil toneladas, e aumento de 4,4% nas exportações, para 67 mil toneladas. Do total vendido, 86% foi destinado aos Estados Unidos e 14% às exportações.

O Ebitda ajustado da operação recuou 60,5% na mesma base de comparação, para US$ 153 milhões, e a margem Ebitda saiu de 13,2% há um ano para 5,2% no segundo trimestre de 2023. Ante o primeiro trimestre deste ano, houve evolução de 51,2% no Ebitda e também na margem Ebitda, que havia ficado em 3,9%. A receita líquida obtida na América do Norte, de US$ 2,938 bilhões, foi 0,4% inferior à de um ano atrás e 13,7% maior do que no primeiro trimestre. Ainda na região, o custo dos produtos vendidos foi de US$ 2,707 bilhões, alta de 9,6% na comparação anual, em virtude principalmente pelo maior custo de matéria-prima.

Na operação da América do Sul (Brasil, Uruguai, Argentina e Chile), o volume total vendido foi de 333 mil toneladas, 6,6% menor do que no segundo trimestre do ano passado e 5,9% inferior ao do primeiro trimestre de 2023. As vendas para o mercado externo a partir da região aumentaram 6,3%, para 147 mil toneladas, mas o consumo local recuou 14,7%, para 186 mil toneladas.

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O Ebitda ajustado da operação América do Sul recuou 14,7% ante um ano atrás, para R$ 578 milhões, enquanto a margem Ebitda subiu entre os dois períodos, de 9,5% para 10%. Na comparação com o primeiro trimestre, houve incremento de 41,6% no Ebitda e de 2,2 pontos porcentuais na margem Ebitda. A receita líquida na América do Sul, de R$ 5,788 bilhões, foi 18,6% inferior à do segundo trimestre de 2022, mas 10,9% maior do que no primeiro trimestre deste ano. Aproximadamente 69% do total das exportações da região foram destinadas à China e Hong Kong, contra 74% há um ano, conforme o release de resultados da Marfrig.

“Avançamos significativamente em margem Ebitda (na região), graças à redução do custo da matéria-prima no Brasil e a uma correta estratégia de precificação, que direcionou nossos produtos a mercados estratégicos”, afirma em release o CEO da operação América do Sul da Marfrig, Rui Mendonça. “Esse também foi um período marcado por novas habilitações e pelo avanço dos produtos de maior valor agregado”, continua.

No release de resultados, a Marfrig informou que os investimentos consolidados da empresa entre abril e junho totalizaram R$ 1,1 bilhão, dos quais R$ 430 milhões se referiram a recursos para as operações da América do Norte e América do Sul, para manutenção do parque fabril das operações bovinas (R$ 190 milhões) e para projetos de crescimento orgânico (R$ 240 milhões).

“O Capex de crescimento orgânico realizado ao longo dos últimos anos está chegando à fase de maturidade e já contribui em todas as geografias onde atuamos. Estes investimentos aumentaram o porcentual de participação na receita líquida dos produtos com marcas e de maior valor agregado”, diz no release de resultados o presidente do Conselho de Administração da companhia, Marcos Molina.

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Ainda segundo o comunicado, a proteína bovina representou 63% da receita líquida total da companhia no trimestre, enquanto produtos derivados de proteínas de aves e suínos tiveram uma participação de 37% nas vendas.

A Marfrig lembrou que, no início de julho, ampliou os investimentos na BRF, após o aporte de R$ 1,8 bilhão via oferta subsequente de ações (follow-on). A participação da Marfrig na empresa permaneceu em 33,3%.

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