O dólar recuou ante outras moedas principais hoje, com investidores avaliando declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que elevaram a expectativa de manutenção da política monetária em 1° de novembro. O movimento dos juros dos Treasuries seguia no radar, com avanço dos juros dos bônus de vencimento mais longo, bem como os sinais da economia.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 149,83 ienes, o euro avançava a US$ 1,0587 e a libra tinha alta a US$ 1,2146. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,29%, a 106,253 pontos.
Powell não se comprometeu com os próximos passos. Segundo ele, diante das incertezas e riscos e também do aperto monetário já realizado, a autoridade precisa proceder com cautela. As incertezas complicam a tarefa de equilibrar o risco de apertar em demasia a política e o de fazer pouco, comentou ainda. De qualquer modo, o presidente do Fed ressaltou que o nível seguirá restritivo até a meta de inflação ser atingida.
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Na avaliação do Rabobank, Powell “tentou deixar as opções em aberto, ao manter sua postura neutra”. O banco diz que ele notou o avanço recente dos juros dos Treasuries, mas não chegou, como outros dirigentes, a afirmar que isso poderia fazer em parte o trabalho do Fed. O Rabobank diz que Powell avalia três fatores: o efeito atrasado do aperto já adotado; os dados fortes; e a recente alta nos juros dos bônus.
A postura de Powell contribuiu para o recuo do dólar hoje. Além disso, a moeda americana perdeu fôlego após os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA recuarem 13 mil na semana, a 198 mil, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 212 mil.
No mercado de dívida americana, avanço recente dos juros dos Treasuries, sobretudo os de vencimento mais longo, prosseguia hoje. Analista do Société Générale Research, Kit Kuckes comentava em nota que o movimento dos retornos tinha menos impacto no euro e no iene que em outras moedas. Na avaliação dele, uma sinalização de juro alto por mais tempo do Fed e do Banco Central Europeu (BCE) tenderia a tirar fôlego do euro.
No caso do iene, o Commerzbank avalia que a janela para o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) fazer uma inflexão em sua política “está lentamente se fechando”. O banco alemão nota que a inflação está caindo, sobretudo em setembro na região de Tóquio, enquanto o núcleo “pelo menos atingiu um platô”. Se o BoJ não apertou a política monetária quando a inflação continuava a avançar, agora não parece o momento para elevar a projeção inflacionária e encerrar a política monetária expansionista, diz o Commerzbank. Ao mesmo tempo, o banco destaca a postura do Ministério das Finanças japonês de ameaçar com uma intervenção, caso o iene desvalorize demais. O Commerzbank vê chance de uma “recuperação moderada” da divisa japonesa.
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Entre outras moedas em foco, o dólar blue, negociado no mercado paralelo da Argentina, caía a 900 pesos, segundo o jornal Ámbito Financiero. No câmbio oficial, o dólar recuava a 350,0495 pesos, em quadro local de cautela antes do primeiro turno eleitoral deste domingo.