(Gabriel Caldeira, Estadão Conteúdo) — O ouro fechou em alta hoje, apoiado por um dólar mais fraco no exterior e juros dos Treasuries em baixa. O movimento ocorreu após o payroll de agosto moderar o temor do mercado pelo aperto monetário do Federal Reserve (Fed), embora boa parte dos analistas ainda acredite na possibilidade do BC americano subir os juros em 75 pontos-base pela terceira reunião seguida. De qualquer forma, a alta de hoje não foi suficiente para recuperar as perdas semanais do metal precioso.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,78%, a US$ 1.722,60 por onça-troy. Na semana, o metal perdeu 1,55%.
O relatório de empregos de agosto, conhecido como payroll, mostrou desaceleração nas contratações e no aumento salarial nos EUA em relação a julho, enquanto a taxa de desemprego subiu 0,2 ponto porcentual, a 3,7%. Estrategista-chefe da Guide Investimentos, Alex Lima avalia que os dados vieram em linha com o objetivo do Fed, mas ainda sugerem um mercado de trabalho muito robusto nos EUA. Por isso, o índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto será crucial para que o BC defina se subirá os juros em 50 ou 75 pontos-base em sua próxima reunião monetária, diz. Para o analista Carsten Menke, do Julius Baer, uma recuperação de metais preciosos no médio a longo prazo é improvável, já que a perspectiva de que a economia dos EUA entre em uma forte recessão e obrigue o Fed a mudar sua postura monetária está “um pouco fora do alcance por ora”. No pior quadro possível para o ouro, o preço do metal pode cair a até US$ 1,5 mil, caso haja um recuo de mais 10% a 15% em posições atreladas a produtos físicos, completa.
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