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Desde que houve a demissão de Jean Paul Prates, apenas um diretor deixou o cargo: Sergio Caetano Leite, diretor financeiro e de relações com Investidores. Especula-se que Carlos Travassos, de Engenharia, Tecnologia e Inovação, seria um dos próximos a sair.
Já Maurício Tolmasquim anda em alta na bolsa de apostas para permanecer na diretoria de Sustentabilidade e Transição Energética.
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Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo, a ex-diretora geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) herda a tarefa complexa de conciliar os interesses do governo sem perder a credibilidade no mercado financeiro.
Trata-se da sétima pessoa a assumir o cargo de presidência da Petrobras em cinco anos. Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, foram quatro mudanças no cargo. No dia 14 de maio, Jean Paul Prates entrou para a lista depois de passar 473 dias no comando da companhia.
O perfil de Chambriard mostra maior afinidade com as políticas do governo e sugere uma possível ampliação dos investimentos nos futuros planos estratégicos da estatal. Como resultado, a época de dividendos substanciais para os acionistas pode estar chegando ao fim, com a possibilidade de ser substituída pelo pagamento mínimo estipulado no estatuto da empresa.
Aos 66 anos, Magda Chambriard possui mestrado em Engenharia Química pela Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e é graduada em Engenharia Civil pela mesma instituição. Sua expertise abrange engenharia de reservatórios, avaliação de formações e produção de petróleo e gás.
Anteriormente, ocupou o cargo de diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) por quatro anos, de 2012 a 2016. Além disso, contribuiu como diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e fez parte da equipe de transição do governo no final de 2022. Ela chegou a disputar a mesma vaga de presidente com Jean Paul Prates, no início da gestão Lula.
Segundo os analistas Vicente Falanga do Bradesco BBI e Ricardo França da Ágora Investimentos, a gestão de Chambriard será focada em usar a Petrobras para desenvolver ainda mais a cadeia nacional de fornecimento de petróleo, possivelmente resultando em maiores investimentos para a companhia (potencialmente através da contratação de mais plataformas, navios de apoio, navios-tanque e navios de cabotagem), e fornecendo mais alívio de capital de giro para a indústria.
“Lembramos também que o presidente Lula citou o desenvolvimento da indústria naval brasileira como uma de suas prioridades durante seu discurso de posse, mas acreditamos que o Brasil não tem vantagens competitivas para apoiar plenamente a crescente demanda do pré-sal; portanto, a atividade do estaleiro provavelmente se concentrará na construção de embarcações de apoio offshore e embarcações de cabotagem para a Transpetro”, apontam Falanga e França.
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A analista Elizabeth Johnson, da consultoria britânica TS Lombard, prevê apenas “mudanças marginais” com a nova gestão, embora observe a nova liderança será testada no quarto trimestre, quando a estatal divulgar seu plano de investimentos entre 2025 e 2029. Chambriard desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do projeto do pré-sal, de acordo com a TS Lombard. Ela sempre defendeu o aumento da capacidade de produção no Brasil, assim como a ampliação da capacidade de refino.
Ao mesmo tempo, a executiva parece adotar uma abordagem mais cautelosa em relação aos investimentos na transição energética, observa Johnson. A nova presidente da Petrobras manifestou apoio aos investimentos em combustíveis renováveis, como o diesel verde, enfatizando a necessidade de engajamento nesses produtos. No entanto, ela demonstrou ceticismo em relação a investimentos dispendiosos em energia eólica offshore, argumentando que o foco deveria ser na energia eólica on-shore, que é mais acessível.
Ao contrário de Prates, conhecido por sua presença ativa nas redes sociais e em entrevistas, Chambriard provavelmente terá um perfil mais discreto, o que pode evitar possíveis conflitos com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o Ministro da Casa Civil, Rui Costa, avalia a analista.
Os analistas apontam que o investidor deve ter calma e paciência. Ainda assim, quem tiver um grande apetite ao risco e não se importar com prováveis volatilidades em busca de lucros maiores, a ação da Petrobras pode ser atrativa.
Segundo Virgílio Lage, analista da Valor Investimentos, o investidor deve ser mais cauteloso e só comprar a ação se ele não se importar com a volatilidade. Ele reforça que o ideal é esperar o mercado digerir a mudança no comando da estatal e ver qual será o destino da companhia na gestão de Chambriard. “Hoje as ações só estão atrativas para o investidor que busca ganhos com especulação. A questão de dividendos está muito incerta”, argumenta Lage.
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Apesar de Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, estimarem que a empresa deve aumentar os investimentos, a dupla diz que as políticas de preços e de dividendos da Petrobras não devem ser alteradas no mandato de Chambriard. Isso porque esses pontos são fontes de embate que podem potencialmente entrar em conflito com a Lei das Estatais ou com acionistas minoritários e autoridades legais locais e internacionais (como a SEC).
“Se o nosso diagnóstico estiver correto, as ações poderão se recuperar gradualmente, como em casos anteriores. Mantemos a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 47”, afirmara. Trata-se de um potencial alta de 28,45% na comparação com o fechamento desta sexta-feira (24), quando o papel encerrou o pregão a R$ 36,59.
Já para Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez do BTG Pactual, reiteram a recomendação de compra para as ações da Petrobras cotadas em Nova York, conhecidas como American Depositary Receipt (ADR). O preço-alvo é de US$ 19 para os próximos 12 meses, uma potencial alta de 28,2% na comparação com o fechamento de sexta-feria (24), quando o papel encerrou o pregão a US$ 14,82.
“Preferimos permanecer consistentes com nossas decisões anteriores e evitar reagir exageradamente a mudanças repentinas do governo. Estimamos que a Petrobras deve pagar 14,4% do valor de sua ação em dividendos – Dividend Yield (DY) – em 2024 e 10,9% do preço de seu ativo em dividendos em 2025”, apontam Soares, Duarte e Pérez.
(Com informações do Broadcast)
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