As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) lideram as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (8). Às 15h06, os papéis recuam 9,23%, cotados a R$ 37,45, após oscilarem entre máxima a R$ 37,96 e mínima a R$ 35,47. O Ibovespa, por sua vez, cede 0,90%, aos 127.182,29 pontos.
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Investidores seguem preocupados com a distribuição de dividendos por parte da empresa Isso porque, na quinta-feira (7), a petroleira informou que seu conselho de administração autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões, valor mínimo da política de remuneração aos acionistas da companhia.
Com isso, não haverá o pagamento de proventos extraordinários, como esperado anteriormente. Em videoconferência com analistas, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, fez esclarecimentos sobre o anúncio.
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“O Conselho, creio, que foi uma questão de timing, o dividendo é para distribuição de qualquer forma. Não pode pagar dívida ou investir, como falsas notícias que andam por aí. Isso é lucro, portanto dividendo. Clarificando isso, todo esse susto aí desaparece, porque sabe-se que essa reserva é dividendo e uma hora volta”, explicou Prates.
Entre os relatórios que resultaram em corte de recomendação de compra para neutra para a empresa, a palavra decepção foi a mais utilizada. Esse foi o caso dos analistas de Santander, Bradesco BBI e Ágora. Veja nesta reportagem o que especialistas recomendam fazer com as ações após o anúncio do corte de dividendos.
Vale lembrar que, na última semana, Prates já havia levantado dúvidas sobre o volume de dividendos a serem distribuídos daqui para frente pela petroleira. Em entrevista à Bloomberg News, o executivo afirmou que “seria necessário a Petrobras ser cautelosa com dividendos extraordinários”, para conseguir se tornar uma potência em energia renovável.
Balanço
No quarto trimestre de 2023, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 31 bilhões, 28,4% a menos do que há um ano, e 16,6% superior ao registrado no trimestre imediatamente anterior. No acumulado de 2023, a Petrobras lucrou R$ 124,6 bilhões, 33,8% a menos do que em 2022.
Já o Ebitda (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), indicador que mede a capacidade de geração de caixa da companhia, ficou em R$ 66,8 bilhões no quarto trimestre de 2023, queda de 8,5% contra o quarto trimestre de 2022 e avanço de 1% em relação ao terceiro trimestre de 2023. O Ebtida recorrente, por sua vez, ficou em R$ 74,3 bilhões entre outubro e dezembro de 2023.
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Para a Ativa Investimentos, que enxergou os números como neutros, o fator que pesa nas ações é a opção do conselho de administração de reter todo o potencial de dividendos extraordinários. “Quanto ao resultado, ainda que as suas receitas vieram inferiores que as nossas expectativas devido ao menor preço de cotação do Brent, seus custos e despesas não retiraram força do seu Ebitda recorrente”, destaca o relatório da casa.