Previdência para menores de idade cresce 44% em cinco anos, diz Icatu Seguros
Número de clientes com menos de 18 anos em planos de previdência da Icatu Seguros dispara, refletindo maior conscientização sobre o planejamento financeiro desde a infância
Famílias brasileiras investem cada vez mais cedo na previdência privada dos filhos, buscando garantir segurança e independência financeira no futuro. (Foto: Adobe Stock)
A possibilidade de pensar no futuro financeiros das crianças ganha espaço no Brasil. Nos últimos cinco anos, a Icatu Seguros registrou um crescimento de 44% no número de clientes com menos de 18 anos em planos de previdência, segundo levantamento enviado pela companhia com exclusividade ao E-Investidor.
Apenas no primeiro semestre de 2025, foram mais de 6 mil novos contratos, um reflexo da maior conscientização das famílias sobre a importância de começar o planejamento financeiro dos filhos desde cedo.
Apesar do avanço expressivo, a previdência privada voltada para menores de idade ainda é um mercado em desenvolvimento. Os certificados ativos representam cerca de 10% do total de clientes de previdência da companhia.
A estimativa, porém, é de que esse número cresça rapidamente, à medida que mais famílias descobrem que é possível abrir o plano diretamente no nome da criança, e não apenas indicá-la como beneficiária. Essa modalidade amplia o horizonte de acumulação da reserva e dos benefícios, favorecendo um planejamento de longo prazo.
O que é uma previdência privada e por que atrai o interesse de famílias?
A previdência privada é um planejamento financeiro voltado para o futuro, que pode ter diferentes objetivos: complementar a aposentadoria, financiar estudos, realizar o sonho da casa própria ou até garantir uma reserva para emergências e períodos sabáticos. A principal vantagem está na autonomia: o investidor decide quanto e quando contribuir, além de poder escolher o tipo de tributação e o tempo de resgate.
No Brasil, ela se apresenta como uma alternativa à previdência social, o sistema público gerido pelo governo. Enquanto o Instituo Nacional do Seguro Social (INSS) depende de regras e decisões do Executivo, e pode não garantir rendimentos suficientes para todos os perfis, a previdência privada oferece mais controle e previsibilidade sobre os aportes e o valor futuro a ser recebido.
Existem dois grandes tipos de planos. A previdência fechada é administrada por entidades sem fins lucrativos, normalmente ligadas a empresas ou órgãos públicos, além de ser exclusiva para grupos de participantes. Já a previdência aberta, disponível em bancos e seguradoras, é acessível a qualquer pessoa e se divide em dois modelos: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).
PGBL vs VGBL
No PGBL, o investidor pode deduzir até 12% da renda bruta anual no Imposto de Renda, o que o torna vantajoso para quem faz a declaração completa. Já o VGBL é mais indicado para quem declara o IR de forma simplificada, pois o imposto incide apenas sobre os rendimentos acumulados.
Independentemente da escolha, quanto antes o planejamento for iniciado, maiores são as chances de alcançar bons rendimentos. Por isso, abrir um plano ainda na infância pode fazer toda a diferença: os aportes se acumulam ao longo dos anos, e o poder dos juros compostos amplia significativamente o valor final.
Entretanto, o consumidor precisa conhecer as taxas e regras de cada plano antes de investir. As principais cobranças são a taxa de administração (referente à gestão do fundo) e a taxa de carregamento, que incide sobre cada aporte. Também há a tributação, que pode seguir tabela progressiva (alíquota aumenta conforme o valor) ou regressiva (alíquota diminui conforme o tempo de investimento).
A portabilidade também importa: caso o investidor queira mudar de instituição, pode transferir seu plano sem perder o histórico de aplicação. Em caso de falecimento do titular, o saldo será automaticamente transferido aos beneficiários, o que torna a previdência uma forma eficiente de sucessão patrimonial.
Publicidade
Ainda assim, é importante avaliar o perfil do investidor e comparar opções. Planos oferecidos por seguradoras costumam ter maior estabilidade, mas podem cobrar taxas mais altas. Já corretoras independentes, em geral, oferecem fundos mais variados e com rentabilidade competitiva.
Ao se popularizar entre crianças e adolescentes, a previdência privada marca uma mudança de mentalidade nas famílias brasileiras: pensar o futuro financeiro não apenas como uma preocupação individual, mas como um legado que começa desde cedo.