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Retorno sobre patrimônio líquido do Santander deve superar o custo de capital em 2024, diz Itaú BBA

Ainda assim, o preço-alvo para as Units foi mantido em R$ 27, 8,1% abaixo do preço de fechamento mais recente

Retorno sobre patrimônio líquido do Santander deve superar o custo de capital em 2024, diz Itaú BBA
(Foto: Nilton Fukuda/Estadão)

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Santander Brasil só deve ficar acima do custo de capital do banco entre o final deste ano e o começo de 2025, afirma o Itaú BBA. A casa considera que ao mesmo tempo em que a instituição mantém cautela em linhas de crédito mais rentáveis, boa parte das economias de custo que tem feito está sendo redirecionada para investimentos em tecnologia, o que faz com que, neste momento, a relação entre receita e custos mantenha-se pressionada.

“Mantemos nosso market perform (perspectiva de desempenho em linha com a média de mercado) para o Santander Brasil, ao mesmo tempo em que postergamos um pouco a perspectiva de recuperação de lucros”, escreve o analista Pedro Leduc, em relatório enviado a clientes.

A nova perspectiva fez com que o BBA tenha reduzido as perspectivas de lucro do Santander neste ano em 5%, e as do ano que vem em 6%. Ainda assim, o preço-alvo para as Units foi mantido em R$ 27, 8,1% abaixo do preço de fechamento mais recente. “As histórias micro e macro de médio prazo são atrativas, mas o impulso fraco para os lucros e um múltiplo de 1,2 vez o valor patrimonial por ação nos mantêm à margem.”

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Neste ano, o Santander deve ter lucro de R$ 13,1 bilhões, 38% acima do ano passado. No próximo, o resultado deve crescer 27%, para R$ 16,6 bilhões, afirma o BBA. Os números levariam a ROEs de 14,8% em 2024, e de 17,3% em 2025. No ano passado, o indicador ficou em 11,4%.

Leduc diz que os dados mais recentes mostram uma tendência melhor na inadimplência dos clientes de varejo do banco, mas que não apontam uma melhoria significativa no apetite de crédito. “Esperamos portanto uma recuperação gradual em produtos de maior retorno e maior risco no varejo, como os cartões de crédito, crédito pessoal e cheque especial”, afirma.

Ao longo deste ano, o crescimento do Santander deve se concentrar em clientes de mais alta renda e com um relacionamento mais amplo com o banco, diz o BBA. Ou seja: em cartões, o volume financeiro das transações deve subir, elevando as receitas, mas não necessariamente as margens de crédito.

O Itaú BBA espera que as despesas operacionais do banco cresçam um dígito médio neste ano, apesar dos esforços de eficiência que a instituição tem feito, com fechamento de agências físicas e uma “limpeza” na base de produtos. “Observamos que muitos dos esforços de custo legado estão sendo consumidos por sua própria inflação, como nos ativos imobiliários. Ou que a mão de obra tem mudado das agências para as áreas de serviços ou tecnologia.”