Investidores de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) afirmam que a onda de vendas no verão local da dívida dos Estados Unidos gera a melhor oportunidade de compra em anos dos bônus. A campanha de aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a resistência da economia levaram os retornos dos bônus a níveis mais elevados desde a crise financeira de 2008. Com o Departamento do Tesouro reforçando vendas de bônus de longo prazo, ele está ficando com alguns dos custos mais elevados de empréstimos em anos, o que significa mais pagamentos de juros para contribuintes e retornos mais fortes para muitos portfólios de renda fixa.
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“Sabemos que há um problema com a dívida”, afirma Matthew Nest, diretor global de ativos de renda fixa da State Street Global Advisors. “É insustentável, e isso está no cerne do mercado de bônus neste momento.”
Muitos otimistas sobre o mercado de bônus avaliam que o peso da dívida sendo emitida com o tempo lhes dará vantagem, com crescentes pagamentos de dívida por fim desacelerando o crescimento econômico e provocando perda de fôlego em ativos de mais risco. Eles preveem que isso impulsionará um rali no mercado de dívida, o que com o tempo levará os retornos para baixo, o que dá margem para compras neste momento. Nest, por exemplo, tem comprado Treasuries de vencimento longo para se posicionar para isso.
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O juro do T-bond de 30 anos bateu na semana passada máximas desde 2011. O da T-note de 10 anos era negociado em máximas desde 2007, o que eleva também os juros hipotecários a seus preços mais altos em mais de 20 anos.
Vários fatores devem adiante conspirar para levar os juros dos bônus para baixo, avalia Nest. Dados de julho mostraram perda de fôlego da inflação, o que leva operadores a apostar em manutenção dos juros nos próximos meses. A reabertura da China perde fôlego, contendo o crescimento e global e as exportações.
Os otimistas com os preços dos bônus são minoria no momento. A atual onda de vendas é motivada em parte por investidores que acreditam que a onda de gastos federais e a demanda contida dos maiores credores externos dos EUA devem manter os juros elevados durante anos. Até agora, a economia parece resistir às altas do Fed, contrariando previsões de recessão de analistas.
O governo dos EUA teve forte crescimento em seus empréstimos, para financiar pacotes de estímulos diante da covid-19, em sua maioria na forma de bills de curto prazo. Neste ano, o Tesouro emitiu mais dívida para repor seus cofres após o impasse sobre o teto da dívida ser superado. Para financiar gastos, o Tesouro terá de vender mais dívida de longo prazo.
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Fonte: Dow Jones Newswires.