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Mercado conhecido de milionários agora se abre para investidor por R$ 5 mil

Investimento em artistas como Judith Lauand e Alfredo Volpi se tornou possível por meio de tecnologia cripto

Mercado conhecido de milionários agora se abre para investidor por R$ 5 mil
Head de investimento da Hurst Capital, Ana Maria de Carvalho admite que investir em obra de arte não é para qualquer um
O que este conteúdo fez por você?
  • Estratégia da empresa é aproveitar a liquidez de obras de artistas conceituados
  • Maior risco é de liquidez. A venda da peça pode não acontecer no tempo previsto
  • Para quem não entende de arte, o ideal é procurar se informar sobre esse mercado

Para um investidor com recursos limitados, aplicar em obras de arte milionárias está mais parecido com excentricidade de novos ricos. Mas tem gente no mercado tentando popularizar esse tipo de investimento para aqueles que não contam com fortunas e para isso se valem do fracionamento dos ativos por meio de tokens. Assim, já é possível investir na produção de artistas renomados com aportes a partir de R$ 5 mil.

A Hurst Capital, que se define como a maior plataforma de ativos alternativos da América Latina e trabalha neste mercado há três anos, viu o seu público saltar 50% nos últimos 12 meses, atingindo 800 investidores em seu aplicativo. A estratégia da empresa envolve aproveitar a liquidez de obras de artistas conceituados e dar capilaridade ao investimento, antes restrito aos mais endinheirados.

Entram no portfólio pintores como Judith Lauand, Alfredo Volpi e Abraham Palatnik, nomes que estão nas principais coleções, exposições e publicações do meio artístico, cujos ativos partem de valores de R$ 200 mil, chegando facilmente ao milhão de reais. Pelo potencial de valorização e liquidez esses nomes são conhecidos no mercado como artistas blue chips – uma referência ao termo do mercado financeiro utilizado para definir ações de empresas de maior valor.

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“Não é para qualquer investidor”, admite Ana Maria de Carvalho, head de Investimento em Obras de Arte da Hurst Capital. “O que fazemos na Hurst é pegar a obra e o acervo e  estudar a sua valorização ao longo do tempo nos leilões. Com um ganho de mais de 10% ao ano, a gente entende que a obra se torna um investimento financeiro”, afirma.

Na etapa de pesquisa são considerados aspectos como a fase do artista mais valorizada pelos compradores e as possibilidades da obra ou acervo participar de exposições e publicações.

Depois de identificar as potencialidades, a Hurst compra a peça e fraciona em tokens que podem ser adquiridos pelos clientes investidores.

Os tokens são representações digitais de frações de ativos reais que possuem valor comercial. Apesar de a tecnologia dos produto da Hurst não envolver criptoativos, os tokens são mais conhecidos pelos atributos de registro em blockchain. Esta é uma tecnologia que permite transações entre pessoas sem intermediários, usando criptografia.

“Eu compro com galeristas e conselheiros de arte que conhecem colecionadores interessados na venda, sempre procurando um desconto”, diz Carvalho.

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Um token equivale a R$ 1, e a cada 5 mil tokens já é possível pensar em investir numa fração da obra de arte esperando a sua valorização. Após esse investimento, a Hurst trabalha a divulgação da obra em galerias especializadas que garantem o seguro contra danos e roubos, além de participações em exposições públicas e privadas do mercado de arte.

Maior risco é o de liquidez

Carvalho diz que o prazo esperado para a venda de produtos chega a dois anos. O maior risco é de liquidez, segundo ela. Ou seja, a venda pode não acontecer no tempo previsto.  “A gente não tem garantia que surgirá um colecionador interessado dentro do prazo. Mas nossas projeções têm funcionado”, diz.

Ela diz que vendeu em julho obras de Judith Lauand e Alfredo Volpi que tinham apenas cinco meses de operação, com os investidores garantindo um retorno de 18% e 16%, respectivamente, sobre o capital investido. “Eu tenho também operações já vencidas”, diz a especialista sobre dois quadros, um de Di Cavalcanti e outro de Tomie Ohtake. “O bom é que têm valorização constante. Obras assim não perdem valor.”

A Hurst está neste mercado há três anos e já entregou três operações. A primeira delas rendeu um retorno equivalente a 27% ao ano.

A casa trabalha agora com um lote de Hércules Barsotti, artista geométrico cujas obras vêm apresentando valorização constante no mercado de arte. No geral, a captação é fechada quando se atinge o número de até 50 investidores.

O público interessado é diverso, variando de curiosos do mercado de arte a investidores que estudam a tese e depois partem para a compra. As obras podem ser vendidas em galerias dos Estados Unidos, mas o foco está no mercado brasileiro e nos artistas locais.

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Além do mercado de arte, a plataforma da Hurst opera outros ativos alternativos, como royalties musicais, precatórios e de cinema. A casa é regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém as operações individuais, não. “Não são papeis financeiros, é um ativo que existe e está na galeria”, diz. Para investir neste mercado é preciso abrir uma conta na plataforma.

Lucros de até R$ 35 mil são isentos de Imposto de Renda. A partir desse ganho, incide uma alíquota de 15%.

Diversificação cautelosa

Para o investidor que não entende de arte, o ideal é procurar se informar sobre o mercado antes de tentar diversificar a carteira com este tipo de ativo. Um dos maiores investidores de nossos tempos, Warren Buffet, tem a estratégia de não investir naquilo que não conhece. “O risco vem de você não saber o que está fazendo” costuma dizer o megainvestidor.

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