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Ex-vice-presidente do Banco Mundial faz previsão sobre Tesouro dos EUA

O rebaixamento da nota da maior economia do mundo pela Fitch foi o gancho para a declaração

Ex-vice-presidente do Banco Mundial faz previsão sobre Tesouro dos EUA
Foto: Envato Elements

O ex-vice-presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto disse há pouco que os americanos e o resto do mundo vão ter que se acostumar ao downgrade (rebaixamento, em inglês) da nota de crédito do Tesouro dos Estados Unidos. Ele fez esta previsão ao ser perguntado durante o “Café sem Filtro”, evento organizado pela FecomercioSP, sobre como está vendo a redução do rating americano pela agência de classificação de riscos Fitch na semana passada.

“Temos que ter em mente que os ratings destas agências tentam aferir tanto a capacidade de cumprimento do serviço da dívida correspondente quanto a disposição a pagar. Se alguém acha que a disposição a pagar não importa, basta a gente lembrar do ex-presidente Rafael Correa do Equador quando, cheio de dólares nas reservas pelas exportações de petróleo à época, decidiu dar um calote”, disse Canuto.

Ele lembrou também que a avaliação da disposição a pagar foi o que a Standard and Poors (S&P) usou em 2011 para rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos, o que à época causou muitas controvérsias. De todo modo, de acordo o ex-vice-presidente do Banco Mundial, agora a Fitch utilizou um argumento similar ao da S&P em 2011 para dizer que há uma possibilidade de calote da dívida norte-americana, diante da dificuldade de fechamento do acordo em relação ao aumento no teto da dívida do país.

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“Assim como foi em 2011, no caso da S&P, revela agora uma deterioração de governança e um risco maior de que eventualmente o governo americano não tenha a disposição a pagar, mesmo tendo demanda por seus papéis. É um fato! É pela polarização política nos EUA que se entende essa possibilidade que se viu de não se chegar a um acordo no Congresso e o Tesouro se obrigar a atrasar o pagamento”, disse Canuto, para quem o downgrade faz sentido.

Ele reconhece que o rebaixamento dos EUA foi insuficiente para romper todas as outras funções do dólar, como moeda de troca, meio de pagamento e comercial de valor. “No entanto, vamos ter que conviver com esse downgrade do Tesouro norte-americano sem que isso tenha implicações muito fortes para além dos solavancos que a gente assistiu no dia do anúncio”, disse.