A XP avaliou o anúncio de juros sobre o capital próprio (JCP) da Vibra (VBBR3) como marginalmente positivo, uma vez que ele maximiza o benefício fiscal e indica compromisso com a remuneração dos acionistas, apesar de mostrar a necessidade de equilibrar as distribuições e a desalavancagem do balanço patrimonial. Já o aumento de capital foi considerado inesperado e um tanto desnecessário pela corretora.
A empresa anunciou JCP de R$ 850 milhões, o que equivale a R$ 0,76 por ação sobre o número atual de papéis ou R$ 0,71 por ação sobre o novo número de papéis quando os dividendos forem efetivamente pagos. Os papéis começarão a ser negociados a ex-dividendos em 26 de novembro de 2025, com pagamentos em 16 de dezembro de 2026.
Conforme as estimativas da XP, o valor presente desse provento é equivalente a cerca de R$ 744 milhões, ou cerca de R$ 0,66 por ação(contagem atual de ações) ou de R$ 0,62 por ação (novo número de papéis após o bônus), afirma o analista Regis Cardoso em relatório.
A companhia também anunciou um aumento no capital social por meio da emissão de novas ações e financiado pela incorporação de R$ 800 milhões em lucros acumulados. Segundo a corretora, essa operação apenas aloca seu valor contábil de forma diferente, sem alterar o patrimônio líquido total da Vibra e aumentar o caixa real.
A empresa vai emitir cerca de 79,6 milhões de novas ações e vai distribuí-las aos acionistas em 25 de novembro de 2025. Como resultado, o número total de papéis da Vibra aumentará para 1.198,6 milhão, o que representa uma diluição de 7,1% no valor atual de cada papel.
Assim, o último preço de fechamento de R$ 25,88 da ação seria equivalente a R$ 24,16 sob a nova contagem. Elas começam a ser negociadas sem direito a bônus e os preços devem ser ajustados em 26 de novembro deste ano.
A XP avalia que o efeito combinado dessas notícias pode tornar os ajustes nos preços do ativo difíceis de acompanhar. “Em nossos cálculos, o último preço de fechamento de R$ 25,88 por ação seria equivalente a R$ 23,54 por ação na data ex-dividendo. Da mesma forma, nosso preço-alvo de R$ 30,00 por ação seria equivalente a R$ 27,16 por ação”, afirma.
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A corretora destaca ainda que, com o passar do tempo e a aproximação do pagamento em dinheiro do JCP, o desconto do valor presente aumenta em R$ 0,09 por papel, o que deixaria o seu preço-alvo ajustado mais próximo de R$ 27,00 por ação para a Vibra (VBBR3).