O que este conteúdo fez por você?
- Essa não foi a minha primeira visita ao estado; além de Miami, quem acompanha a coluna já deve ter espiado o meu guia de como gastar menos em Orlando
- A capital do Panamá passou por muitas transformações e agora oferece as mais variadas atrações para o turista que gosta de vida noturna, história, compras e boas praias
- Se você tem menos tempo no seu cronograma de férias, pule os dias na capital e separe três para esse roteiro
Todos os anos, a Flórida recebe milhões de turistas brasileiros que planejam as férias nos variados parques temáticos de Orlando e nas praias de Miami. Recentemente, porém, o estado norte-americano tem colocado a mão na massa para mostrar outros destinos que vão além da Disney e compras. Esse é o caso de três cidades localizadas a cerca de 90 minutos de Orlando: Tampa, St. Petersburg e Clearwater. Por aqui, não escondo de ninguém que adoro desbravar os mais variados locais dos Estados Unidos e, não por acaso, decidi explorar a região e fazer um roteiro menos convencional nas minhas últimas férias.
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Essa não foi a minha primeira visita ao estado; além de Miami, quem acompanha a coluna já deve ter espiado o meu guia de como gastar menos em Orlando. O que eu não havia notado é que a entrada via aeroporto de Tampa (TPA) pode ser financeiramente mais vantajosa do que embarcar para Orlando (MCO) ou Fort Lauderdale (FLL).
Em uma pesquisa rápida no buscador Skyscanner é possível checar que o preço de uma passagem aérea saindo da cidade de São Paulo para Tampa pode ser 20% inferior em comparação com os outros dois aeroportos. E foi exatamente isso o que eu fiz.
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A segunda coisa que notei durante o planejamento da minha viagem foi que o bilhete aéreo para TPA via Copa Airlines permite fazer uma conexão no Panamá que pode ser de 20 horas ou de até sete dias. E por isso o meu roteiro não foi nada convencional. Fechei a passagem com a Copa para aproveitar o stopover gratuito (benefício para quem busca conhecer outros lugares durante uma escala) e optei por conhecer um novo país antes de embarcar para o meu destino final, nos EUA. No próximo artigo trago mais detalhes sobre a segunda parte das férias por lá.
Nos últimos anos, a capital do Panamá passou por muitas transformações e agora oferece as mais variadas atrações para o turista que gosta de vida noturna, história, compras e boas praias. Indo na contramão do turismo de massa, decidi passar alguns dias, literalmente, ilhada no arquipélago de San Blas no mar do Caribe, que reúne cerca de 350 ilhas.
Se você tem menos tempo no seu cronograma de férias, pule os dias na capital e separe três para esse roteiro. Afinal, com a elevação das águas (reflexo das mudanças climáticas), a região está ameaçada e pode desaparecer do mapa. De todas as minhas aventuras pelo mundo, essa foi uma das mais marcantes – vai por mim, vale colocar esse destino na sua lista de prioridades.
O que você precisa saber para ir até San Blas
O local é controlado desde 1925 pela tribo índigena Kuna Yala, uma população que habita boa parte das ilhas e protege o arquipélago com unhas e dentes. Por isso, o turista precisa ter o passaporte em mãos e pagar uma taxa de entrada ao desembarcar. Existem dois trajetos principais para levar os viajantes até San Blas: saída de Cartagena, na Colômbia, ou direto da Cidade do Panamá.
Da capital panamenha até o porto são cerca de 2 horas de carro em um trajeto que simula a experiência de uma monta-russa em função das curvas acentuadas e o sobe e desce nas estradas. Ao chegar em um dos portos, os turistas são divididos em barcos e conduzidos pelos Kunas até as ilhas.
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O percurso não é para iniciantes, portanto, a melhor forma de fazer o roteiro de forma segura é contratar uma agência. Como costumo viajar sozinha, separo um bom tempo para pesquisar a reputação das empresas de turismo; optei por fazer uma viagem de 3 dias com a Panama San Blas Tours.
Existem diversos tipos de roteiros e acomodações com transporte, hospedagem e refeições inclusas. Vi muitas pessoas fazendo bate e volta no mesmo dia, mas essa é a minha última recomendação. Se a ideia é relaxar, dois dias completos são ideais para curtir o passeio, mas isso vai depender do seu perfil de viajante. Por lá, tudo é rústico, caseiro e simples. Cada pacote oferece um tipo de instalação, que pode variar em termos de conforto, mas, em geral, os turistas são alocados em cabanas feitas de madeira e bambu.
Conheci um grupo de alemães que dividiu uma cabana em 4 pessoas com uso de banheiro compartilhado na ilha, algo muito similar a um camping, por exemplo. Um outro casal de brasileiros, por outro lado, optou por ter mais privacidade e ficou em uma cabana com banheiro privativo e cama de casal. Eu tive um pouco das duas experiências: na primeira noite fui alocada em uma cabana com banheiro privativo e na segunda passei a noite em uma estrutura mais resistente, mas com banheiro compartilhado.
Em termos de alimentação, a comida local também é uma experiência por si só. Os pratos não fogem muito de peixe e frango com arroz e tostones (rodelas de banana-da-terra frita) e tudo é preparado pelos Kunas de maneira bem simples, mas com muito sabor. Na visitação das ilhas também há quiosques com bebidas variadas e alguns lanches que podem ser comprados em dólar (poucos aceitam cartão de débito ou crédito). Ainda assim, lembre-se que você estará em uma ilha, então vale levar garrafas de água e snacks rápidos na mala.
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Por incrível que pareça, a internet do meu celular funcionou perfeitamente em todos os lugares, mas vale a pena levar um carregador portátil porque a energia elétrica é limitada e só costuma funcionar a partir das 17h do horário local.
3 dias nas ilhas
No passeio de três dias com a agência eu visitei as 5 ilhas mais populares de San Blas: Perro Chico, Perro Grande, Aguya, Guasirdub e Hierba. É praticamente impossível escolher uma favorita porque todas surpreendem com a água cristalina, areia branca e belas palmeiras.
Ao longo do dia, os barqueiros deixam os turistas no local e combinam um horário de retorno. O que muda de uma para outra é a infraestrutura, ou seja, uma pode ter mais redes, mais sombras para descansar ou um restaurante com opções variadas de drinks. Em todas, o arquipélogo surpreende e coloca o turista em contato direto com a natureza, sem as condições que encontramos em um tradicional resort, por exemplo. E é exatamente aí que está o brilho da região.
Durante o passeio, também visitei duas piscinas naturais de tirar o fôlego. Imagina só: o barco para no meio do mar e conseguimos ficar de pé nos enormes bancos de areia que abrigam diferentes espécies marinhas, como estrelas do mar.
No meu roteiro, pedi para a equipe do Panama San Blas Tours incluir a visita em uma das comunidades índigenas. Um guia Kuna fez um tour passando pelos pequenos e estreitos barracos onde os nativos ficam alojados, pela escola e conheci um pouco do trabalho artesanal feito pelas mulheres Kunas.
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Com vestimentas bem tradicionais e feitas em bordado, as mulheres ditam o tom e vivem em pé de igualdade com os homens. O trabalho artesanal tem o mesmo peso da caça e pesca feita pelos homens e boa parte das decisões domésticas também são ditadas pelas matriarcas. Aqui, uma curiosidade: após o casamento, é o homem que se muda para a casa da esposa, nunca o contrário.
Em termos de temperatura, prepare-se para o calor. A parte boa é que é possível visitar as ilhas praticamente durante o ano todo, mas, os meses de outubro e novembro costumam ter mais dias de chuva e podem atrapalhar o passeio. Vale evitar!
Quanto custa viajar para San Blas
Como de costume, vamos aos preços. É possível contratar um veleiro particular por cerca de US$ 900 considerando transporte, hospedagem e alimentação. Dependendo da organização familiar, pode ser uma boa opção.
Com as agências, o preço varia bastante. Considerando o meu roteiro e tipo de acomodação, o valor por pessoa é de US$ 400 (o equivalente a R$ 2 mil) com tudo incluso para os três dias. Se o valor não cabe no bolso, vale checar o site porque há opções mais baratas (como o bate e volta por US$ 150) e pacotes de luxo para quem está com o orçamento folgado.
Viajar como turista independente também é possível se você quer economizar alguns dólares, mas essa não é uma tarefa fácil considerando que é necessário contratar um motorista saindo da cidade do Panamá para fazer o deslocamento até um dos portos; ter um barqueiro para te levar até uma das ilhas e, por fim, fechar a sua hospedagem (as reservas não são feitas pela internet, então o melhor caminho é via telefone). Em destinos exóticos, como San Blas, vale a pena checar as condições com uma agência e evitar dor de cabeça.
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Como a alimentação costuma estar inclusa, há poucos gastos adicionais. Vale separar US$ 20 por dia para custos extras com água, drinks e lembrancinhas. Em termos de passagem aérea, há dois caminhos. Há voos diretos da Copa saindo das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Manaus com tarifas a partir de R$ 2,5 mil ou você pode fazer como eu e aproveitar uma outra viagem para fazer uma parada no Panamá. Nesse caso, optando por um voo em Tampa, nos Estados Unidos, o valor sobe para R$ 3,2 mil.
Em uma conta rápida, uma passagem para a Flórida com 3 dias em San Blas custaria cerca de R$ 6 mil para o turista. Se optar por um roteiro direto na cidade do Panamá com alguns dias em San Blas, o valor cai para aproximadamente R$ 4,5 mil – desconsiderando outros custos e hospedagem na capital.
Independentemente de qual caminho seguir, o primeiro passo é ter clareza de como está a sua situação financeira para não embarcar em dívidas. A melhor viagem é aquela que você vai com ela quitada e volta sem débitos. Em paralelo, acompanhe o preço das passagens aéreas em diferentes buscadores, como Google Flights e Skyscanner, ao longo do ano e compare os valores das hospedagens. Para uma viagem internacional, é recomendável começar a organização financeira com pelo menos seis meses de antecedência.
No caso do Panamá e San Blas, é necessário se organizar com o câmbio. A moeda oficial é o Balboa, mas o turista deve se programar para levar dólar americano. A cotação é a mesma e não há necessidade de fazer o câmbio para a moeda local. Ou seja, é essencial acompanhar a cotação do dólar, ir comprando aos poucos para garantir uma cotação média.
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A vivência em San Blas vale cada centavo, mas é importante planejar financeiramente a viagem para entender o seu limite orçamentário e até mesmo físico. O destino é extremamente rústico, mas entrega algo que o turismo desenfreado esquece de prover: a experiência de se desconectar.