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Não é só o dólar: taxas do Tesouro Direto batem o maior valor do ano; tem IPCA+ 6,5%

Diversos fatores podem ter ocasionado a alta desses títulos públicos; entenda o momento

Não é só o dólar: taxas do Tesouro Direto batem o maior valor do ano; tem IPCA+ 6,5%
Veja os títulos do Tesouro Direto mais rentáveis. (Foto: Luciano Luppa em Adobe Stock)

As taxas do Tesouro Direto abriram esta quinta-feira (13) com o maior valor registrado nos últimos 16 meses. O Tesouro IPCA 2029 era negociado a uma taxa de 6,49%, às 11h desta manhã; o contrato do IPCA 2035 previa retorno de 6,46%; e o IPCA 2045 oferecia rendimento de 6,43%.

Segundo o histórico de taxas, disponível na página do Tesouro Direto, os valores são os maiores para o Tesouro IPCA, com vencimento em 2035, desde 3 de fevereiro de 2023, quando os ativos eram negociados a uma taxa prefixada de 6,49%. Já a taxa oferecida pelo Tesouro IPCA 2045 também é a maior desde 15 de março daquele mesmo ano, quando a o retorno para o contrato bateu de 6,46%.

Desde meados de abril, o movimento de alta nos títulos do Tesouro vem sendo monitorado e chama a atenção de investidores e analistas do mercado. Os ativos que acompanham o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), somado a uma rentabilidade prefixada, passaram a oferecer retornos reais de mais de 6% ao ano, pela primeira vez em 2024.

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A oportunidade é vista pelo mercado como rara e gera alvoroço entre aqueles que podem surfar essa onda. Isso porque o retorno é considerado como ‘juros de crise’. Em outras palavras, são taxas atrativas, especialmente a longo prazo, podendo ser aliadas para quem almeja um plano de aposentadoria ou deseja por em prática um projeto mais ambicioso, com retornos ainda mais altos do que aqueles vistos em abril.

Outro fator que pode ter contribuído para o aumento dos retornos oferecidos pelos títulos públicos foram as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última quarta-feira (12). Lula destacou a tentativa do governo de colocar “as contas públicas em ordem”, mas sem conseguir “discutir economia sem colocar a questão social na ordem do dia”. As declarações não agradaram o mercado, e o dólar encerrou o dia com alta de 0,86%, negociado a R$ 5,40.

Considerando os últimos cinco anos, foram poucos os períodos em que houve oferta de taxas reais pagando acima de 6% ao ano. A avaliação é da especialista em mercado de capitais, Jaqueline Kist. Ao comparar com títulos que retornam 1% ao mês, o ganho do IPCA+ 6% ganha os holofotes.

Um exemplo prático: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação nacional, registrou variação mensal de 0,83%, em fevereiro de 2024. Aquele investidor que obteve ganho nominal de 1% ao mês auferiu, na realidade, lucro real de 0,17%. Na faixa dos 6% ao ano, oferecidos pelo Tesouro, o retorno real mensal fica em torno de 0,49% — acima da inflação.

Ainda que os contratos do Tesouro IPCA+ vivam um momento único, outros produtos do Tesouro Direto também são negociados com taxas que partem de 6,36%, como o Tesouro Renda+ 2055; o Tesouro IPCA+ 2035, com juros semestrais, oferece retorno de 6,44%; e o Tesouro Educa+ 2026 pode ser negociado com rendimento de 6,47%.

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