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- O dólar encerrou esta quarta-feira (12) com uma alta de 0,86%, a R$ 5,40
- A cotação disparou ao longo do dia e chegou a se aproximar dos R$ 5,43 pela manhã, em reação negativa a um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O dólar encerrou esta quarta-feira (12) com uma alta de 0,86%, a R$ 5,40. É o maior patamar de fechamento da moeda americana desde 04 janeiro de 2023.
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A cotação disparou ao longo do dia e chegou a se aproximar dos R$ 5,43 pela manhã, momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursava durante o evento do Future Investment Initiative (FII) Institute, organização sem fins lucrativos apoiada pelo FIP (fundo soberano da Arábia Saudita) e 30 empresas globais. O chefe do Executivo destacou que o governo está “colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal”, mas que “não consegue discutir economia sem colocar a questão social na ordem do dia”.
As declarações não agradaram o mercado, que vê com ceticismo as medidas adotadas até aqui para tentar aumentar a arrecadação federal e manter de pé os planos de zerar o déficit fiscal em 2025. O governo federal está pressionado para reduzir gastos, em um contexto em que encontra dificuldade de apoio no Congresso. Na noite da terça-feira (11), o Senado Federal devolveu a Medida Provisória (MP) que restringia a compensação de créditos do PIS/Cofins em contrapartida à perda de arrecadação com a desoneração da folha de pagamentos, uma medida poderia aumentar a receita federal em R$ 29,2 bilhões.
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O efeito desta questão vem pressionando o Governo Federal para reduzir gastos. A situação reflete negativamente na captação de investidores para o País e deixa no ar do mercado financeiro em clima de cautela. “A dúvida que a gente vai ter que acompanhar é: o que vai vir de direcionamento fiscal por parte do governo? Esse é o grande dilema que a gente vem vivenciando”, comenta Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. “O presidente hoje fez um discurso muito contrário ao seu ministro da Fazenda”.
Cotação em disparada
O dólar vem em uma trajetória de alta há algum tempo, um movimento que se acentuou nos últimos pregões. Segundo dados levantados por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, o real tem a terceira maior desvalorização frente à moeda americana no ano. O dólar acumula uma alta de 11,38% no ano em relação à divisa brasileira. Apenas o peso da Argentina e o iene do Japão têm desvalorizações maiores em 2024.
Como mostramos nesta reportagem, o movimento de valorização no ano reflete o comportamento dos investidores em busca de proteção em meio às dúvidas sobre o início do corte de juros nos Estados Unidos, mas nas últimas semanas o risco fiscal no ambiente doméstico ajudou a impulsionar ainda mais a alta.
Aos poucos, o mercado deixa de acreditar que o câmbio encerre o ano na casa dos R$ 5, como previa inicialmente o Boletim Focus na virada de 2023 para 2024. A edição mais recente, publicada nesta segunda-feira (10), traz uma projeção de R$ 5,05 para o fim do ano, mas há quem esteja ainda mais pessimista. O Itaú BBA, por exemplo, revisou suas expectativas e agora espera que o dólar esteja em R$ 5,15 em dezembro.
*Com informações do Broadcast
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