- O motivo para alta valorização se deve à funcionalidade que a tecnologia das plataformas de contratos inteligentes oferece ao mercado de criptomoedas
- No entanto, antes de investir nesta categoria de ativo, o investidor precisa conhecer a dinâmica das principais criptomoedas
- O Ethereum é a plataforma mais conhecida neste segmento das criptomoedas. A relevância se deve ao desempenho que o ativo digital Ether, ligado à plataforma, alcançou desde o seu lançamento no ano de 2015
O mundo das criptomoedas se diversifica e traz novas oportunidades de rendimento para os investidores. Entre os ativos que podem ser promissores no futuro, na visão de analistas, estão as criptomoedas de contratos inteligentes, as “smartcoins”, como também são conhecidas.
O que são as smartcoins? E como funcionam?
As smartcoins são criptomoedas de contratos inteligentes. Essas moedas digitais apresentaram valorização de quase 1.700% ao longo de 2021 no mercado de cripto, segundo o Mercado Bitcoin. A perspectiva de analistas é de que ofereçam bom retorno ao investidor a longo prazo.
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Além de serem descentralizadas como todos os outros ativos digitais, as smartcoins são ligadas a plataformas de contratos inteligentes que possibilitam a realização de diversas outras aplicações, utilizando a tecnologia blockchain. Isso significa que, para usar os serviços desta tecnologia, é necessário adquirir as moedas aceitas dentro dessas plataformas.
“Vamos supor que você está desenvolvendo o aplicativo. No entanto, para desenvolver, é preciso pagar a plataforma. Então, as “smartcoins” são o dinheiro que você usa para pagar essa plataforma”, explica André Franco, analista da Empiricus.
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Na avaliação de Franco, as plataformas de contratos inteligentes são como a internet, na qual a rede funciona como a estrutura que permite o desenvolvimento de vários serviços, como a criação de sites. “As plataformas de contratos inteligentes são os locais que possibilitam a criação de “coisas”. Um exemplo básico disso são as últimas inovações, como os NFTs. Os NFTs só são possíveis por meio da rede Etherum”, explica o especialista.
Esse “espaço” de criação só é viável porque as plataformas de contratos inteligentes são 100% programadas em código e têm execução automática. “Essas plataformas de contratos inteligentes, ou blockchains de primeira camada, funcionam como uma camada base para todas essas aplicações da tecnologia blockchain”, diz Paulo Boghosian, head de Cripto do TC.
Se você ainda não entendeu a funcionalidade desta nova tecnologia, João Marco Cunha, gestor de Portfólios na Hashdex, traz um exemplo ainda mais didático que ajuda a explicar esse processo. Imagine um jogo de futebol e dois torcedores que decidem apostar o time que irá vencer a partida. Os dois não se conhecem e torcem para clubes diferentes.
As soluções tradicionais para viabilizar o pagamento deste acordo são: confiar que ambos irão honrar com as suas apostas em caso de derrotas ou repassar essa confiança para uma terceira pessoa ou instituição para intermediar a transação financeira, cobrando um percentual.
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Mas há uma terceira possibilidade que inclui as plataformas de contratos inteligentes. “Ambos os apostadores depositam o valor apostado em um smart contract programado para fazer o pagamento a um ou a outro conforme regras estabelecidas”, diz Cunha. “O contrato que rege a aposta é executado automaticamente, sem interferência de partes externas”, explica.
Segundo ele, essa possibilidade é viável porque os contratos inteligentes possuem uma característica fundamental que viabiliza a descentralização ou a desintermediação: a autoexecução que funciona por meio da combinação de códigos.
Mas por que as smartcoins podem ser promissoras?
Um dos motivos para o crescimento das “smartcoins” está relacionado à necessidade do mercado de criptomoedas utilizar o serviço das plataformas de contratos inteligentes para se desenvolver. “As plataformas de contratos inteligentes têm ferramentas para desenvolvedores, a partir das suas criatividades, poderem propor coisas novas. Boa parte do desenvolvimento do mercado deve passar por essas plataformas”, prevê André Franco, da Empiricus.
De todas já disponíveis no mercado, o Ethereum é a plataforma mais conhecida neste segmento das criptomoedas. A relevância se deve ao desempenho que o ativo digitalEther, ligado à plataforma, alcançou desde o seu lançamento no ano de 2015. De acordo com a Coinmarketcap, o seu valor de mercado já supera a casa dos R$ 3 trilhões.
Esse resultado se deve à alta valorização do ativo nos últimos meses. No acumulado do ano até o início de novembro, o valor de mercado da moeda cresceu 550% (em USD), segundo Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin. Mas ele ressalta que há outros ativos que tiveram performances ainda maiores durante o mesmo período. “Outra plataforma promissora, a Cardano, teve valorização de 1067% (em USD) do seu token. E a surpreendente Solana, alta de 16191% (em USD) no mesmo período”, cita.
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A Solana (SOL), inclusive, pode terminar o ano com uma cotação de R$ 235 e chegar a U$ 1.178 até 2025. As estimativas são do relatório de Previsões de Preço para o criptoativo do Finder.com, empresas de pesquisas independentes. A companhia ouviu 50 especialistas em criptomoedas para chegar a esta conclusão.
Gavi Smith, sócio geral da Panxora Crypto Hedge Fund, é um dos especialistas consultados. Na pesquisa, ele cita que a moeda é um dos poucos blockchains de contratos inteligentes que podem competir com o ETH em termos de velocidade e custo de transações. “Para a utilização de contratos inteligentes, especialmente em DeFi, estes fatores podem ser um importante indicador de sucesso”, justifica.
Quais são os cuidados?
Apesar da perspectiva de bons retornos, os investidores precisam ficar atentos a alguns detalhes antes de investir nas smartcoins. É preciso entender que o retorno financeiro desse ativo é conquistado a longo prazo. “A gente fala de investimentos de dois a três anos pelo menos para você começar a enxergar grandes resultados”, avalia Franco.
Também é interessante, na avaliação do analista da Empiricus, que o investidor realize aportes recorrentes. “Só no Bitcoin, que é a principal classe de ativos, se você investe de forma recorrente por 12 meses, as chances de você entrar no lucro é de mais de 86%”, orienta.
Por fim, a visão de retorno a longo prazo também é citado por Tota. Segundo ele, por serem ativos em fase de expansão, ainda não se sabe como vão evoluir e os problemas que pretendem resolver. Ainda, “outro cuidado é procurar uma corretora de criptoativos de boa reputação para evitar surpresas desagradáveis”, justifica o especialista.
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