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- A empresa, com mais de 50 milhões de clientes, também destacou na prévia operacional de 2021 que a conversão de Dotz por reais no aplicativo da conta digital da companhia representou 41% do total de resgates feitos no último trimestre de 2021
A Dotz divulgou nesta quarta-feira (19) que teve um aumento de 47% da sua receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) no ano passado na comparação com 2020.
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No quarto trimestre de 2021, o ARPU da empresa, que integra consumidores e parceiros comerciais, ficou no valor médio de R$ 31 por cliente, 12% acima do registrado no terceiro trimestre do mesmo ano.
“Esperamos que o mercado tenha uma leitura de que entregamos aquilo que falamos desde o momento em que fizemos o IPO (em maio de 2021)”, diz Otávio Araújo, CFO da Dotz, em entrevista ao E-Investidor.
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A empresa, com mais de 50 milhões de clientes, também destacou na prévia operacional de 2021 que a conversão de Dotz por reais no aplicativo da conta digital da companhia representou 41% do total de resgates feitos no último trimestre de 2021.
O app atingiu a marca de 2,5 milhões de downloads no último trimestre de 2021 (valor quatro vezes maior que o acumulado até o quarto trimestre de 2020) e 995 mil cadastros (duas vezes o valor acumulado até o final de 2020).
A base de clientes transacionando na conta digital aumentou quatro vezes no quarto trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020. Houve ainda uma alta de 64% em relação ao terceiro trimestre de 2021.
Já o volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) na conta digital no último trimestre do ano passado cresceu 15 vezes em relação ao igual período de 2020, e três vezes ante o trimestre imediatamente anterior de 2021.
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Cotada a R$ 3 no pregão desta quarta (19), em queda de 5,96%, a ação DOTZ3 tem ganhos de 11,94% em 2021. Mas acumula desvalorização de 77,27% desde a estreia na bolsa, em 31 de maio de 2021, quando foi negociada a R$ 13,20.
Araújo destaca que ações de tecnologia, com a da Dotz, têm sofrido com o aumento da curva de juros futuros. Para atrair o interesse de investidores, o CFO afirma que a empresa manterá a estratégia já anunciada no IPO, reforçando o investimento nos produtos digitais, em marketing e novas aquisições.
Leia entrevista com Otávio Araújo, CFO da Dotz.
E-Investidor: Como viram os resultados: abaixo, acima ou em linha com o esperado?
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Otávio Araújo: Vieram bem em linha porque o grande objetivo da Dotz é o de fazer cross-sell (venda cruzada, em português) dos nossos clientes do loyalty (programa de fidelidade). A Dotz começou como um programa de fidelidade já tem um tempo e temos investido bastante para acelerar o cross-sell de outros produtos, dentro da nossa base de mais 50 milhões de clientes no programa.
O KPI (sigla em inglês para indicador-chave de performance) principal que medimos é o ARPU, que ano (2021) contra ano (2020) cresceu quase 47%. Essa é a principal indicação de que estamos em uma tendência super positiva e dentro daquilo que imaginávamos.
Como o mercado deverá ver esses dados?
Araújo – Quando fizemos o IPO em maio, o nosso grande objetivo era exatamente fazer esse cross-sell de produtos na base do loyalty e, com isso, aumentar o nosso ARPU. Dado que aumentamos o ARPU, esperamos que o mercado tenha uma leitura de que entregamos aquilo que falamos desde o momento em que fizemos o IPO.
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Diante desses dados, por que os investidores devem investir na Dotz, já que as ações do setor tech vêm sofrendo mais no começo de 2022?
Araújo – O propósito da Dotz sempre foi aumentar o poder de compra do nosso consumidor. No primeiro momento, quando era só um negócio de loyalty, o objetivo era trazer mais benefícios e vantagens, seja pelos pontos, depois pelo cashback e outras coisas. A Dotz foi evoluindo para agregar a esse propósito toda a parte desse mundo on-line de marketplace e, mais recentemente, de serviços financeiros.
Com o loyalty, somos capazes de fazer uma aquisição de clientes, com um custo de aquisição muito baixo. Temos uma marca super conhecida, por conta do negócio de fidelidade. Outra coisa super importante é uma base de clientes muito grande. Chegamos a 52 milhões de clientes no final do ano passado dentro da nossa plataforma.
Falando do modelo de negócio, nós temos pouca necessidade de investimento em capital e nosso investimento em grande parte é relacionado a pessoas e ativos intangíveis. Além disso, temos um conselho de administração super forte. Estes são componentes que fazem com que realmente a oportunidade na Dotz seja bem interessante.
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A ação cresce 11,94% no mês, mas tem queda 77,27% desde o IPO. Quais as perspectivas para que o papel volte a ganhar peso em 2022?
Araújo – A dotz está dentro desse segmento de tecnologia, que acabou sofrendo mais até por conta dos juros, que é uma questão mais macro. Mas é preciso pontuar que fizemos o IPO no formato CVM 476, que acabou gerando um imbróglio adicional, o que nos levou a fazer uma série de medidas que reduziram a nossa liquidez.
Olhando para a frente, a ideia é continuar 100% dentro da mesma estratégia. Usar esse custo de aquisição muito baixo, através do nosso loyalty, e aumentar a receita para o consumidor, através do cross-sell do marketplace e TechFin (braço de serviços financeiros).
Como pretendem executar isso?
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Araújo – São três pontos. Primeiro, continuar investindo nos nossos produtos digitais. Temos engenheiros, desenvolvedores e cientistas de dados que vão continuar investindo nos nossos produtos. Segundo, marketing. Passamos um tempo sem investir tanto em marketing e voltamos no segundo trimestre de 2021. A ideia é acelerar esse investimento. O terceiro é M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições) de histórias com times muito bons, com produtos que existem e que precisam de clientes, que é algo que temos e trazemos muito fácil.
Para onde estão olhando em termos de aquisições?
Araújo – O perfil é sempre de empresas de tecnologia, com um time muito bom e que tenha a nossa cultura. O produto tem que ser já experimentado. Não adianta ser um produto muito embrionário, e tem que estar na linha do B2C. Nesse sentido, pode ser tanto para expandir algum negócio que já temos como podem ser produtos que ainda não temos ou que ainda temos uma participação pequena, como o de serviços financeiros. Estamos nessa direção.